O descompasso na troca do antigo programa Mais Médicos pelo novo Médicos pelo Brasil ativar os pacientes sem os cuidados de 73 clínicos de família em áreas de vulnerabilidade social do Distrito Federal. Segundo profissionais de saúde, o problema atinge Ceilândia, Pôr do Sol, Sol Nascente, Gama, Planaltina e São Sebastião.
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, o Mais Médicos disponibilizou 134 vagas. Desse total, 58 estavam em atividade até quarta-feira (15/6). No fim de junho, é a ativação do programa. A pasta afirmou que o Médicos pelo Brasil ofertou 137, mas apenas nove são de provimento imediato. Ou seja, a rede ficará sem 73 clínicos do quadro anterior.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Gama contava com três profissionais da plataforma antiga. Com o fim dos contratos, todos foram embora. Sem substitutos, a UBS 1 opera somente com um clínico do DF. Carregado, o médico é o responsável por cinco equipes da atenção primária e 30 mil moradores da região.
Dramas semelhantes são Gamas nas demais regiões administrativas. Na avaliação de servidores ouvidos pela reportagem, a falha na transição de agravou o problema do déficit de políticas de especialistas da rede pública, a exemplo da falta de pediatras. Além disso, fragilizou o tratamento.
No DF, os integrantes do Mais Médicos eram escalados para reforço da atenção primária, com foco em doenças de baixa complexidade e serviços de prevenção. Teoricamente, os quadros mudaram para ser repostos com especialistas do novo programa Médicos pelo Brasil.
Déficit de 90 profissionais
O deputado distrital Jorge Vianna (PSD) salientou que a rede sofre com o déficit de aproximadamente 90 clínicos de família. “O momento é de emergência. Ainda estamos em uma pandemia e temos outras complicações, como a dengue. Além da atenção primária, os postos e as UBS estão atendendo pacientes verdes e azuis dos hospitais. E quando chegam a essas unidades, não estão encontrando médicos”, disse.
Paraanna, o Governo do Distrito Federal provavelmente buscarão novas decisões, buscarão inclusive os profissionais Mais Médicos em emergencial.
O governo federal decidiu substituir o Mais Médicos pelo Médicos pelo Brasil. Mas, segundo o vice-presidente do Sindicato do Médicos do DF (SindMédico-DF), Carlos Fernando da Silva, a transição dos programas foi mal elaborada e não houve cuidado na definição de prazos para fim de evitar a desassistência à população.
Além disso, no caso do DF, o problema teria origem em 2019, quando a pasta da Saúde teria permitido uma redução da mão de obra do Mais Médicos. “Brasília foi considerada uma área não crítica. Mas ela é crítica, sem sombra de dúvida. Hoje, a rede tem apenas 5,2 mil médicos. E o déficit é mais de 7 mil para cobrir as escalas”, alertou.
O que diz a Secretaria de Saúde do DF
UMA Secretaria de Saúde Que o Ministério da Saúde é responsável pela definição de vagas e periodicidade dos editais de chamamento do antigo Mais Médicos e do novo Médicos pelo Brasil.
“Cada tem início com a assinatura por parte do contrato do médico que adere ao Programa, e o ciclo é renovado de acordo com a definição do órgão federal, que avalia a disponibilidade de orçamento e outros fatores”, explicada.
A pasta ainda anunciada ter lançado, recentemente, edital de concurso para provimento de cargas efetivas em diversas especialidades. Além disso, convocou temporários para suprir ou déficit de recursos humanos.
O que diz o Ministério da Saúde
O Metrópoles também entrou em contato com o Ministério da Saúde, que deu uma previsão de preenchimento de 137 vagas do Médicos pelo Brasil para o DF. A convocação desses profissionais classificados, segundo a pasta federal, está prevista para os próximos seis meses.
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