A pouco mais de 100 dias do primeiro turno de Lula da Bahia, um argumento peloGoverno pela Bahia vai passando incólume polarização nacional entre o petista Luiz Inácio da Silva e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Pelo menos até aqui, a corrida no quarto maior colégio do país eleitoral tem como protagonista um jovem político de 43 anos – velho conhecido pelo eleitorado baiano – identificado por três letras que estão arraigadas no imaginário popular do estado há sete décadas.
Neto do ex-prefeito de Salvador, ex-governador da Bahia e ex-senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), ACM Neto (União Brasil) é o herdeiro político do chamado “carlismo” – como ficou conhecido o movimento de apoio a seu avô, deputado estadual pela primeira vez em 1954, pela União Democrática Nacional (UDN). Com nova roupagem, o grupo se reinventou sob a liderança que hoje é apontado como favorito para ser o próximo Governador da Bahia, a partir de janeiro de 202.
ACM Net foi o deputado federal pela primeira vez em 2002 – e reeleito em 2006 e 2010. promovido a partir do segundo mandato na Câmara, tornou-se uma das vozes mais combativas na oposição aos governos de Lula e do PT.
Disputou a prefeitura de Salvador em 2008, mas não chegou ao segundo turno. Tentou novamente em 2012, desta vez com sucesso, derrotando Nelson Pelegrino (PT). Em 2016, foi reeleito com uma votação estrondosa (74%), ainda no primeiro turno. Depois, deixou a prefeitura da capital baiana com altíssima aprovação e elegeu o sucessor, Bruno Reis, com mais de 64% dos votos.
Segundo pesquisa divulgada pelo Real Time Big Data no dia 9, o ex-prefeito lidera a pelogoveno estadual com 56% fosse das intenções de voto – venceria no primeiro turno a eleição hoje. O segundo mais bem implantado é o ex-secretário estadual de Educação Jerônimo Rodrigues (PT), apoiado por Lula e pelo Governador Ru Costa (PT), com 18%. João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania de Bolsonaro e ex-aliado de ACM Neto, tem 10%.
Em maio, uma pesquisa da Quaest mosttrava vantagem ainda maior do ex-prefeito: 67% da preferência dos baianos, mais de 60 pontos percentuais acima de Jerônimo (6%). Ainda de acordo, 70% das sondagens de Lula na Bahia declaram que fake em ACM Neto. Entre os apoiadores de Bolsonaro, o índice é de 69%. O animal de estimação também elegeram o instituto Rui Costa, em 72% que elegeram ao comando 2 do estado do estado.
ACM-Lula
Durante seuGoverno Salvador, Neto deixou de lado a retórica do período como parlamentar e pontes virulentas com a esquerda – trabalho em conjunto com Rui Costa no combate à Covid-19 é Considerado um exemplo de sucesso. Ao mesmo tempo, manteve distância protocolar de Bolsonaro, com quem evitou embates mais duros.
Chegou a ser acusado detentar emplacar cargas no Governo Federal – ele nega – e foi sondado até para ocupar um ministério.beneficiário lembrar e por um Governoro bem avaliado soteropolitanos, ACM Neto conseguiu cristalizar uma candidatura competitiva que desafia a lógica da polarização em nível federal. Em entrevistas e pronunciamentos, esquiva-se de perguntas sobre a eleição presidencial e foca em temas locais.
“Ele tentou não ficar preso a Bolsonaro, pois sabe que o eleitorado baiano dá altos percentuais de voto ao PT desde a década de 1990. Essa estratégia foi muito inteligente”, analisa Cláudio André de Souza, Professor adjunto de ciência política da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em entrevista ao moeda de informação.
“A tentativa nacional de estadualizar a campanha e evitar que a polarização penetre na Bahia é a única coisa que ACM Neto tem de fazer. E ele está fazendo”, explica o cientista político Paulo Fábio Dantas Neto, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) professor. “ACM Neto não está fazendo nenhuma força para trazer a disputa presidencial para o debate. Há uma tenência majoritária de apoio a ele e também a Lula. Não há nenhum impedimento para que o eleitorado baiano faça essa composição. Basta que ambos não se conflitem diretamente durante a campanha”, afirma.
“O que Net feito é conter, pelo menos há quem goste dessa polarização nacional e também do ACM”, confirma Alejandro Alvaro conselheiro para comunicação especializada em estratégia política.
De fato, a vitória de Lula na Bahia é dada como certa – nem mais entusiasmados de Bolsonaro os apoia na possibilidade de uma virada no estado, reduto do PT há quase 16 anos. Segundo a pesquisa da Quaest, o expreresidente tem 63% das intenções de voto entre os baianos, ante 17% de Bolsonaro. Em 2006, o petista Jaques Wagner, um dos aliados mais próximos de Lula, pôs fim à longa hegemonia do carlismo na Bahia, derrotando no primeiro turno o então entãodor Paulo Souto (PFL), apoiado por ACM, com quase 53% dos votos.
O cientista político Hilton Cesario Fernandes, Professor da Fundação de Sociologia Política de São Paulo (FESPSP), lembra “a lógica política não necessariamente se repete nos estados”. “Partidos adversários em uma região podem ser eleitos em outros parceiros. “Não há caso da Bahia, o que se vê é uma aderência em Lula e o PT na esfera nacional, o que não impede o eleitor de eleitor ACM-ula.”
Consultor de Comunicação Karina Terso atribui a Neto nas pesquisas anteriores à avaliação positiva de sua administração em Salvador e ao desconhecimento da grande parte dos candidatos sobre os demais candidatos. “Com oito anos como prefeito e excelentes índices mais de aprovação, ACM é muito conhecido do que Jerônimo e Roma”, diz.
Souza, por sua vez, ressalta que Neto antecipou a campanha e pôs pé na estrada logo depois de entregar a prefeitura de Salvador ao sucessor. “Ele termina o mandatório em 2020, elege o Bruno Reis e já começa como tratativas de sua pré-campanha a Governador. Passou a rodar o estado e conversar com lideranças regionais”, aponta. Segundo estimativas da campanha, ACM já conta com o apoio de pelo menos 18 prefeitos do grupo das 30 maiores cidades da Bahia – que representa quase 40% da população do estado.
Para Karina, apesar de haver um momento favorito, a eleição não está decidida. “Não vejo que será um ‘passeio’ de ACM, mas é indiscutível que sua candidatura tem uma grande força e vai tomar corpo”, afirma.
Alejandro concorda com essa avaliação. “Embora a vitória de ACM fácil, acho que não será, causa da força que o PT Bahia”, avalia. “Com o Governador Rui Costa também é muito popular e a participação de Lula, não será simples para ACM Neto, sem que ele tenha uma figura presidencial forte ao seu lado.”
O fator Lula também é destacado por Souza. “Assim como em outras eleições, Lula será o cabo eleitoral determinante”, projeto. “Quanto mais o expreresidente estiver na Bahia, com agenda de campanha, ligand sua imagem à de Jerônimo, mais dificuldades Neto terá.”
Enquanto Jerônimo contará com Lula e Roma terá Bolsonaro ao seu lado, ACM Neto disse publicamente que não previa fechar o palanque na eleição estadual. Opré-candidato da União Brasil à Presidência é Luciano Bivar, que comanda a legenda, mas não pontua nas pesquisas. O arco de apoio do ex-prefeito de Salvador, por outro lado, é amplo e diversificado, incluindo forças díspares como o PP, do vice-governador João Leão, e o PDT, do candidato ao Planalto Ciro Gomes.
“O grande problema de ACM é que ele está mal posicionado na política nacional”, o Dantas Neto. “O campo seria mais confortável teria sido o que agregaria, e um palanque quietizador para um candidato. [a presidente] nas costas”, completa, referindo-se a Bivar.
O cientista político, no entanto, não acredita em uma mudança rápida do cenário eleitoral baiano até o dia 2 de outubro. “O início da campanha permitirá que o percentual de votos de Jerônimo aumente. É um candidato do Governo do estado que estará ligado a Lula”, justifica. “Mas a vantagem de Neto é muito grande e contraste. Uma campanha eleitoral tem elementos imprevisíveis. Não é possível cravar que a eleição está decidida.
projeto nacional
Segundo os analistas ouvidos pelo moeda de informação, ACM deve se credenciar para voos mais altos na política brasileira caso confirme o favoritismo que as pesquisas pesquisam. Em dezembro de 2021, durante o lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito ao Palácio de Ondina Bivar apresentado Neto como provável nome da legenda para a disputa pela Presidência da República, em 2026 ou 2030.
No ano passado, o DEM (sucessor do PFL) atravessou uma Grave crise interna e perdeu quadros importantes, em meio aofogo cruzado entre Rodrigo Maia (RJ) e ACM Neto. O expulso da Câmara foi expulso da legenda depois de ter chamado ACM, então presidente nacional do partido, de “oportunista”, por causa da suposta aproximação com o Governo Bolsonaro.
Em outubro de 2021, DEM e PSL aprovaram a criação que deu origem à União Brasil – a nova agremiação foi homologada e teve o registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro deste ano. O Congresso detém a bancada mais numerosa do partido e terá à disposição a maior fatia dos fundos partidário e eleitoral.
O sonho da família Magalhães de subir a rampa do Palácio do Planalto é antigo. Filho de ACM e tio de ACM Neto, Luís Eduardo Magalhães (1955-1998) era apontado como nome natural do clã para a Presidência. Ele comandou a Câmara dos Deputados entre 1995 e 1997 e contava com a simpatia do então Presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 1998, durante sua pré-campanha aoGoverno da Bahia pelo PFL, morreu precocemente, aos 43 anos, vítima de um infarto fulminante. Coube a ACM Neto assumiu o espólio político da empresa.
“ACM começou a se aproximar de um eleito que vai muito além do perfil do chamado grupo carlista”, diz Dantas Neto. “Ausência na Bahia de qualquer outra alternativa de centro ao PT fez, inclusive, com que uma parte do anticarlista, que sempre votou contra Antônio Carlos, passasse a voto em Neto. Ele se transformou em um político com um discurso mais moderno. ”
Para Fernandes, a vitória na Bahia deve “consolidar” a ACM nacionalmente. “Isso pode estimular Discussões sobre sua candidatura à presidência. .
“SE OLHARMOS PARA OS PRESIDENCIÁVIS NO CAMPO DO CENTRO E DA CENTRO-DIREITA NAS Últimas Eleições, Notamos que Muitos Passaram por Governoros Estaduais: Eduardo Campos [PE]Gerardo Alkermin [SP]José Serra [SP] Écio Neves [MG] Exemplos de são alguns”, compara Souza. “ACM Neto é jovem. Se conseguir se firmar como a principal liderança política do quarto maior eleitoral do país, certamente será credenciado para o cenário nacional. Acredito que teremos, nos próximos dez anos, até uma questão dos quadros no Brasil, nos próximos anos. “
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