
Por Jesus Aguado
MADRI (Reuters) – O Santander (BME:) da Espanha nomeou Hector Grisi como seu novo presidente-executivo para supervisionar a transformação digital e a estratégia de crescimento do banco em meio à incerteza econômica global que está abalando todo o setor.
O ex-banqueiro de investimentos Grisi, de 55 anos, que ajudou a tornar os negócios do banco nos EUA os mais lucrativos no ano passado, assumirá o comando a partir de 1º de janeiro do próximo ano, disse o banco na sexta-feira, substituindo José Antonio Alvarez, que está no cargo desde 2015. A nomeação segue uma tentativa fracassada há mais de três anos de nomear o banqueiro italiano Andrea Orcel como CEO.
A diversificação do Santander, especialmente na América Latina, ajudou o banco a lidar com as condições difíceis para os credores na Europa desde a crise financeira, onde vem cortando custos para lidar com taxas de juros ultrabaixas.
Embora seu principal mercado, o Brasil, esteja desacelerando, as medidas de eficiência implementadas na Europa, juntamente com os contínuos aumentos das taxas de juros na Grã-Bretanha e na Polônia, impulsionaram os lucros do primeiro trimestre.
Mas aumentos de juros mais agressivos e mais rápidos do que o esperado, tanto na zona do euro quanto nos Estados Unidos, para combater a alta inflação, estão afetando suas ações.
Desde que o BCE abriu caminho para aumentos de juros mais pronunciados em 9 de junho, as ações do Santander caíram mais de 9%. Eles subiram 2% às 1010 GMT na sexta-feira.
“Dado o perfil interno da nomeação e nenhuma mudança no cargo executivo do presidente, qualquer mudança material em termos estratégicos parece improvável e, portanto, o impacto nos termos do preço das ações deve ser limitado”, disse o UBS em nota.
MÉXICO EM FOCO
A presidente executiva, Ana Botin, disse que o credor procuraria oportunidades de crescimento no México, como a potencial aquisição de Citigroup (NYSE:) operação de varejo no México.
Botin disse em comunicado que “o histórico de Grisi como CEO do Santander México e chefe da América do Norte fala por si e ilustra por que acreditamos que ele é a pessoa certa para liderar o banco na próxima fase de nossa transformação e crescimento”.
Um executivo sênior do Santander também observou que Grisi tinha experiência em lidar com condições econômicas difíceis, então sua nomeação foi oportuna.
A empresa de investimentos espanhola Alantra disse que o novo CEO estaria bem posicionado para lidar com os desafios estratégicos do grupo, como potencialmente “financiar o negócio (no México) internamente sem uma questão de direitos”.
Alantra acrescentou que também terá que cumprir a aposta estratégica no mercado norte-americano, onde o Santander busca integrar e encontrar sinergias em vários negócios, como varejo, consumidor, banco de investimento e gestão de patrimônio.
A nomeação de Grisi ocorre depois que o Santander retirou uma oferta para tornar a Orcel CEO, marcando uma rara e inesperada reviravolta em uma nomeação de alto nível e resultando em uma batalha legal azeda.
Quando a busca recomeçou, o banco olhou para candidatos externos e internos.
“Não encontramos ninguém fora do banco que achávamos que pudesse trazer o mesmo nível de habilidade e capacidade que ele trará para nós”, disse outro executivo sênior.
Grisi, cuja carreira profissional se estende por mais de 35 anos, foi educado no México e no Canadá.
Antes de ingressar no Santander como CEO no México em 2015, passou 18 anos no Credit Suisse, onde ocupou diversos cargos seniores.
TÉCNICA DE SUPERVISÃO DE BOTIN
Grisi também assumirá o comando após as recentes mudanças na estrutura operacional do banco em fevereiro para acelerar sua transformação digital, à medida que os credores tentam afastar a concorrência de novos participantes baseados na Internet.
O banco disse então que as novas unidades de tecnologia, PagoNxt e Digital Consumer Bank, seriam supervisionadas pelo Botin, enquanto as regiões, países e negócios globais do Santander se reportariam ao CEO.
Grisi se reportará exclusivamente ao conselho do banco após as recentes mudanças na estrutura de governança corporativa do banco.
No entanto, a presidente Ana Botin manterá sua função executiva.
Em muitos credores espanhóis, o presidente detém poderes executivos e está no controle da estratégia, enquanto o CEO lida com os negócios do dia-a-dia.
Os supervisores dos bancos da área do euro preferem uma divisão de funções entre o presidente e o CEO.
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