O analista e analista de política David Ruffin, que é negro, ressalta que a democracia nos Estados Unidos serviu de referência para tantas outras no mundo. O Brasil é exemplo disso.
Nesta segunda-feira, ele realizou o discurso de abertura do programa de lideranças nos Estados Unidos para jornalistas negros brasileiros, sede do Meridian International Center, em Washington.
Ruffin afirma que atualmente está preocupado com o que chama de morte das democracias.
Ele explica com fluidez sobre o federalismo nos Estados Unidos, a formação dos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Sua palestra destaca a imprensa como o quarto Poder, aquela que denuncia a violência e desigualdade contra as minorias.
Aos estudantes, ele mostra uma foto de 1930, época em que ocorriam linchamentos de negros a céu aberto, nos Estados Unidos.
Há jovens, entre eles um casal de negros, diante de dois corpos e forçados.
Oficialmente, homens acusados de homicídio, eram e eram sexuais.
Alguns linchamentos chegaram a ser anunciados em jornais, como a divulgação ao público.
Para Ruffin, os negros mudaram de movimentos e jornalistas com o curso da injustiça e atrocidade de muitos casos.
“Muitas pessoas não estão conscientes do que está passando. A negação é também uma ignorância. Por isso, o custo da liberdade é uma vigilância eterna. É preciso uma sociedade alterada para a inclusão. Quando estamos lutando pela democracia, estamos lutando pela inclusão”.
É comum para jornalistas negros que adotam para si a luta contra o racismo contra o racismo de colegas, de todas as cores, a pergunta: mas qual a diferença entre ser jornalista ou negro?
O objetivo dessa “pergunta”, quase sempre uma provocação, é vir com uma resposta pronta, e equivocada, de que todos são iguais e, por isso, não existiriam razões para tratar da questão racial no Jornalismo.
Por isso, a desse esclarecimento, sob a perspectiva americana, começa na origem da frase: “All men are created equal”, de 1776, escrita por Thomas Jefferson, na declaração de independência dos Estados Unidos.
Fato é que essa frase ganhou diversas interpretações ao longo da história, como a defesa da igualdade de oportunidades, em vários países que se espelham no sonho americano.
Enquanto fala-se que todos são iguais, a prática mostra que isso não e nunca aconteceu.
“Muitas vezes, o racismo acontece nas instituições sócio-políticas, no relacionamento também, porque faz parte dos costumes.
Não é passado com pessoas paradas como na porta que também afirma a entrada dos negros mas são atitudes que impedem a usufruir de suas vidas e carreira”, o jornalista.
Em 1790, nos mesmos Estados Unidos dos “homens iguais”, somente 17% da população votavam.
Mulheres, negros e pessoas brancas sem propriedades eram excluídas da tomada de decisão eleitoral.
Com o passar dos séculos, estas minorias estão pensadas por escravidão, preconceito, subestimados. O reflexo do passado de exclusão é sentido até hoje.
Na largada, a percepção das pessoas que vêm de grupos minoritários é diferente. Historicamente falando, sempre foram impostos a eles regras e condições nocivas de vida.
Basília Rodrigues viajou a convite da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil
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