O circuito de museus e reflexões é longo e inspira sobre o quanto a causa racial importa. Neste domingo (12 importador), sede pela rua Black Lives Matter, localizada em frente à Casa Branca governo americano; fomos ao Memorial Martin Luther King, também na área central da cidade; estivemos no Memorial de Abraham Lincoln; e ao final, no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana – outro lugar privilegiado, na avenida National Mall, também conhecida como “o jardim da América”, que reúne vários lugares sobre a história do país.
Todos os lugares citados neste texto são oferecidos gratuitamente aos visitantes. Não é uma simples localização. O que tem importância para um Estado precisa estar aos olhos ou trazido para perto de quem tem poder de decisão e acessível ao público. Estes museus e monumentos contam história. Assim, a memória fica marcada pelos fundamentos que combatem covardias, segregações e injustiças, para que diminuam ou deixem de acontecer. Por isso, não é observado que há pontos antigos e inaugurados muito recentemente para falar da luta racial, na capital americana. Falar da questão racial é uma constância por aqui.
Após a morte de George Floyd e de novos combates de manifestantes com forças policiais, a rua em frente à Casa Branca passou a ser oficial chamada de Vidas Importam. As janelas da sede do governo americano, de ministérios ou outros prédios públicos, o que não pode ser a cara esquecida. A inauguração2 ocorreu em meio a uma comemoração, mas também a críticas de problemas que viram uma atração para os reais. Isso reforça que a proximidade com o Poder é, mesmo que muito importante, apenas parte da luta contra a segregação racial.
Perto dali, ao entrarmos no memorial de Luther King, o guia observa que uma estátua gigante do ativista negro está virada diretamente para o Memorial Thomas Jefferson, autor da Declaração de Independência dos Estados Unidos. Enquanto o ex-americano foi importante para o avanço dos direitos humanos, King foi um ícone na luta dos direitos civis. “King está olhando na direção de Thomas Jefferson de propósito. Jefferson escreveu uma declaração de independência que diz ‘todos os homens são criados iguais’. Ou seja, todos os homens são iguais. Mas foi Martin Luther King que deu a vida para realizar esse sonho nos EUA”, destaca o guia Vinícius Portugal, um que trabalha como advogado do governo americano e voluntariamente acompanha os passeios de turistas na capital.
A estátua é das antigas da cidade, existe desde 2011. Naquela época, o presidente da Fundação mais em Memória de Martin Luther King foi destacada que não foi destacada do “primeiro monumento do National Mall que é a um homem de cor, desenvolvido não de esperança e paz”.
O memorial é enorme dividido em um bloco de pedra quebrada e, frente, outro pedaço dessa pedra atravessado como barreira. Ele aparece esculpido de braços cruzados. Na lateral, está escrito: “Da montanha do desespero, uma pedra da esperança”. É um dos monumentos mais contemplativos que já visitei. Fomos em seguida ao memorial de Abraham Lincoln, um dos pontos altos do dia porque estivemos no local onde Luther King falou a célebre frase “I have a dream” (eu tenho um sonho).
Museu afroamericano
Para quem tinha o sonho de entrada dos negros sobre a história de um museu americano, isso só pode ser feito para a inauguração do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, simplesmente o único quando dedicado à publicação da vida história e cultura de negros.
A escolha pela dor ou triunfos da história dos negros americanos também pode ser percebida aqui. No subsolo, encontram-se referências ao tráfico de negros na colonização, às famílias dissolvidas pela escravidão. Até chegar à eleição de Barack Obama e ao sofá de entrevistas da super Ophra Winfrey.
Já nos andares mais altos, e que representam boa parte do espaço, recebem o oposto: música, esporte, cinema e Jornalismo feitos por profissionais negros.
Telões, painéis, contam objetos mais sobre Ophra Winfrey, Michael Jordan, Beyoncè, Viola Davis, Barack Obama e muitos outros. Também sobre a vida de pessoas menos conhecidas, como Mary Ann Shaddy, que na década de 1850 foi a primeira afro americana a escrever e editar um jornal, Provincial Freeman, sobre abolicionismo, direito das mulheres e negros. Exemplo é uma foto conhecida da Outro cantora e dançarina Joseph Back 1925. Também é considerada a primeira super estrela negra. Não à toa, todos os apelidos registrados em sua biografia remetem a cor da sua pele: Pérola Negra, Vênus Negra, Deusa Crioula.
* Basília Rodrigues viajou a convite da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil
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