O mercado de automóveis e comerciais elétricos atingiu em 2021 o recorde de 34,9 mil unidades comercializadas no Brasil. Já são, no total, 79,8 mil em circulação pelo País, com estimativa de estimativa 100 mil no segundo semestre, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico. A Volvo está de olho nesse crescimento. Vice-líder no segmento premium, a montadora define estratégias para, em até três anos, alcançar uma alemã BMW. A aposta está no portfólio. Além das novas versões dos motores híbridos importantes T8 para os modelos XC60 e XC90, apresentados este mês em Villa La Angostura argentina, os lançamentos de dois SUV 2024 são vistos como aliados. “Com portfólio completo pretendemos aumentar o nosso volume e brigar pela liderança”, afirmou à DINHEIRO João de Oliveira, diretor de operações e inovação da Volvo no Brasil.
O objetivo se mostra desafiador. Após ter registrado em 2021 o seu registro de vendas no País, com 8,2 mil unidades, a Volvo prevê queda de 20% nos negócios este ano, puxada pela crise global de abastecimento. “Diante de tudo que está estável [lockdowns na China e guerra entre Rússia e Ucrânia] deve ser um resultado importante. A ideia é, para 2023, com a retomada da produção, voltar ao patamar de 9 mil carros e preparar o futuro, quando viremos com novos.”
As novidades prometidas pelo executivo são um SUV compacto, com dimensões menores em relação a um XC40. A proposta da montadora é produzir um modelo de menor custo que leve a eletrificação para “uma gama de clientes que hoje não olha para esse mercado premium”. O veículo deve chegar ao País em 2024 e, de acordo com o engenheiro, representar um volume expressivo de vendas. “É muito adequado ao mercado”, afirmou brasileiro. O preço está definido, mas a atualização não é inferior ao XC40 P6, veículo de entrada da marca e que custa R$ 310 mil.

“Com portfólio completo pretendemos aumentar o nosso volume e brigar de frente pela liderança” João de Oliveira Diretor de Operações e Inovação da Volvo.
O outro lançamento previsto vai atender aos anseios dos clientes mais abastados. Deve chegar ao Brasil no segundo semestre de 2023 com características importantes: será o maior SUV da montadora e mais tecnológico. “Não será um substituto do XC90 [topo da marca]. Será agregado à linha. Um carro de alto luxo, completíssimo. O primeiro com tecnologia 100%”, afirmou no entanto Oliveira, ao destacar, que o modelo de condução ainda não deve ser definido para ser definido no Brasil. “Isso vai depender de acesso das rodovias no País onde o carro vai rodar.” O preço não foi confirmado, mas deve superar o do XC90 Recharge, hoje na casa de R$ 564 mil.
Os dois SUVs serão totalmente eletrificados como parte da estratégia global da Volvo de, até 2025, ter 50% das vendas em carros elétricos, e 100% a partir de 2030. A Volvo Brasil se mostra adiantada no cronograma. “Quando o global fala de 50% em 2025, este ano deveremos atingir 43% de carros elétricos. Somos referência para o mundo Volvo. E chegar aos 50% bem antes do prazo.” Hoje, no País, 100% dos veículos são ou disponibilizados pela bandeira aos usuários ou elétricos. “A média no mundo é 36%. Estamos muito avançados nessa agenda. Somos laboratório para a marca.”
Apesar do avanço brasileiro no programa, o diretor vive a expectativa de o que os próximos lançamentos do SUV compact, elevem principalmente os negócios da Volvo e fazem crescer a representatividade do país para a marca — atualmente o Brasil é responsável por 1,3% das vendas globais. “É um carro que chegará para fazer volume forte no Brasil. E isso vai nos colocar entre os dez maiores mercados da Volvo no mundo.” A posição atual não foi divulgada.
Enquanto projeta seus lançamentos, a Volvo segue firme no plano de expansão da rede de carregadores ultrarrápidos, para carros 100% elétricos, em rodovias. A montadora inaugurou recentemente o primeiro centro de abastecimento em Cajati (SP), na rodovia Régis Bittencourt, para ligar o corredor São Paulo-Curitiba. Neste mês, entrará em funcionamento outro posto, desta vez em Botucatu (SP), na estrada Marechal Rondon. “São cinco fases, a primeira com 13 carregadores.” Um investimento de cerca de R$ 13 milhões. “Vamos usar a experiência na primeira etapa para validar as demais. Entender, por exemplo, se iremos com a quantidade e para os locais previstos.” O total aportado pela Volvo no projeto, que deve durar dois anos e meio a três, será de aproximadamente R$ 65 milhões.
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