
Homem realidade teste virtual durante exposição em 7 de dezembro de 2019 na Cidade do Cabo – AFP/Arquivos
Uma deusa andina, a Jaguar, aguardava a entrada de uma misteriosa penitenciária boliviana, onde é necessário vestir uma máscara mágica. Bem-vindo à “Prisão X”, a porta de entrada para o “colaverso” virtual.
“Prisão X” é um jogo criado por uma diretora boliviana, Violeta Ayala, usando técnicas de realidade virtual.
Cineasta de formação, de etnia quechua, Ayala, de 44 anos, iniciado em 2010 a espaço de roda, um documentário sobre a penitenciária de San Sebastián em Cochabamba, onde cerca de mil prisioneiros vivem confinados com suas famílias em um onde existe um mercado, uma igreja e uma escola.
Ayala queria refletir o caos interno do presídio e experiências como vividas por quatro anos. Apenas a realidade não era suficiente.
– O cinema é entediante –
“Me dei conta de que o cinema ‘plano’ é entediante e sei como os jogos em estão mudando como realidades”, explicou a AFP em Paris, onde apresentou “Prison X” no festival NewImages.
“Prison X”, criado por uma equipe multinacional e multirracial, especialmente mulheres indígenas, foi apresentado no festival de Sundance (Estados Unidos) e em Cannes no ano passado.
No jogo, há onças, andinos, traficantes de drogas, entre outros personagens.
No entanto, “Prison X” para navegar pelos muitos usuários, são apenas os protagonistas.
“Os óculos são passageiros, estamos em processo de transição para realidade aumentada”, enfatiza Ayala.
A tecnologia está mudando tão rapidamente que Ayala diz que poderia “Prison X” de outra forma, apenas um ano depois de seu lançamento.
Seus criadores são animadores da criptoarte, vestir da roupa digital, que o usuário pode e desenhar com um “clic” no celular.
“Estou trabalhando com uma inteligência artificial para criar o ‘colaverso’ e um robô que fale quechua”, explica.
O “colaverso” seria a versão mestiça e indígena do metaverso, o espaço virtual paralelo à realidade, onde gigantes tecnológicos como Meta e Google estão investindo milhões de dólares.
“Vamos desenvolver uma neuroplasticidade diferente” quando a realidade aumentada se generalizar, Ayala.
E qual será o impacto nas crianças, que crescerão neste contexto?
“O medo que sinto é irrelevante. Tenho mais medo que minha cultura não sobreviva”, responde Ayala.
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