O CEO da Ford, Jim Farley, disse em entrevista ao Automotive News que a indústria automotiva irá passar por uma redefinição em massa nos próximos anos. Para descrever o cenário, Farley utilizou o termo “shakeout” — um jargão corporativo em inglês que se refere a situações em que as empresas mais fortes em um setor usam suas reservas de capital para adquirir ou eliminar concorrentes mais fracos. Um terremoto. Uma grande reviravolta.
Segundo o executivo da Ford, há vários fatores para tal redefinição: entre eles, o avanço da eletrificação, a venda direta de empresas para o cliente, a ascensão das startups e o fim do modelo tradicional de concessionárias. Farley também acredita que uma nova direção da indústria beneficia “muitos jogadores chineses”, uma vez que eles também terão uma melhor posição nos Estados Unidos.
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“Nós veremos uma verdade [no mercado] muito grande”, o executivo da montadora americana à publicação. “Grandes mudanças. Eu simplesmente não vejo o mercado endereçável [outro jargão corporativo, refere-se ao mercado disponível para os produtos da empresa em médio e longo prazo] que essas empresas estão atrás após serem suficientemente grandes para justificar o capital que estão gastando.”

Segundo Farley, joint ventures e até mesmo fusões de alto nível entre pequenas empresas também se tornarão mais comuns. Mudanças na própria Ford indicam, ao mesmo tempo, um sinal da redefinição (ou “shakeout”, como quiser) na indústria uma vez que a montadora americana recorre à plataforma MEBda Volkswagen, para construir seus carros elétricos.
Embora seja uma arquitetura alemã, a Ford utilizará a MEB como base para dois SUVs com visual americano. Eles integram um grupo de quatro novos crossovers que serão integrados ao portfólio da montadora até 2024.
“Parcerias são difíceis”, explicada. “Estamos no mercado há 118 anos e provavelmente temos uma parceria que funcionou muito bem: a Ford Otosan, na Turquia. Muitas vezes elas se perdem no caráter dos líderes.”
No mercado de elétricos, a Ford já tem alguns sucessos entre os veículos comerciais e as picapes — no último caso a famigerada F-150 Relâmpago (na foto acima). Quando se trata de carros de passeio, no entanto, a montadora americana ainda está atrás no processo, apelando à ajuda tecnológica da Volkswagen para produzir seus primeiros modelos nessa categoria.
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