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A Agência Nacional de Saúde (ANS) anunciou na véspera (26) o teto anual de reajuste para os planos de saúde individuais de 15,5%. O reajuste veio mais cedo do que em anos anteriores (8 de julho de 2021 e 2020 e 23 de julho de 2019), permitindo que as operadoras antecipassem o reconhecimento desses recursos em seu resultado em pelo menos um mês. O aumento é aplicado no aniversário do contrato, a partir de maio de 2022 até abril de 2023.
Este foi o maior reajuste em 22 anos, mas ficou em linha com o estimado pelo Bradesco BBI, que projetava alta de 15,8%.
A metodologia utilizada pela ANS leva em consideração, conforme aponta a XP, o (i) custo médico médio por beneficiário do ano anterior – que por sua vez é uma função de preço, mix e frequência –, (ii) inflação (IPCA) e (iii) um fator de eficiência.
O teto de reajuste de +15,5% vem após um valor de -8,2% em 2021, que, segundo a ANS, foi consequência de uma queda de 17% na utilização devido às medidas relacionadas ao Covid-19 durante 2020. Assim, o reajuste de preço médio para 2021 e 2022 (que considera os fatores mencionados acima para 2020 e 2021) é de 3%.
O argumento para o reajuste é de que houve aumento das despesas das operadoras, com procedimentos eletivos, por exemplo, em 2021.
Analistas de mercado destacaram que a notícia dá um alívio para o setor, que apresentou resultados pressionados no primeiro trimestre de 2022. Contudo, o impacto de segunda ordem é mais nebuloso.
O BBI destaca que, embora amplamente esperada, vemos a confirmação do reajuste como positiva para os operadores de planos de saúde. A mais impactada é a Hapvida (HAPV3), pois quase 21% das receitas vêm de planos individuais, contra algo como 10% na SulAmérica (SULA11). Na sequência do anúncio de ontem as ações HAPV3 fecharam em alta de 5,22%; já a SulAmérica fechou a sessão de quinta em alta de 5,41%. Nesta sexta, HAPV3 tem ganhos de 1,98%, a R$ 7,20, enquanto SULA11 tem leve queda de 0,70%, a R$ 27,08.
Os analistas ainda destacam que a notícia de menores volumes de procedimentos em 2021 em relação aos níveis de pré-pandemia em 2019 é um ponto a ser esclarecido, visto que a normalização em 2022 impactaria negativamente as operadoras, favorecendo os provedores.
O Itaú BBA vê impacto positivo para ações do setor de saúde com aumento autorizado pela ANS, mas também lembra do reajuste negativo de 8,2% no ano passado, bem como os altos custos gerados pela segunda onda de Covid-19 em 2021 e a recuperação nos procedimentos eletivos, que pressionaram a rentabilidade das operadoras de planos de saúde nos últimos trimestres.
Dessa forma, os reajustes anunciados no segmento de pessoas físicas, aliados às negociações para reajustes semelhantes nos planos corporativos e de afinidades, devem trazer algum alívio ao setor de saúde ao longo do ano.
“Vemos o anúncio como positivo para o Hapvida (embora amplamente antecipado), uma vez que o reajuste de preços dos planos individuais deve melhorar gradualmente seus níveis de sinistralidade a partir do 2T22”, analisa.
Como a sinistralidade das operadoras de saúde estava sendo pressionada pela queda de preços do ano passado, o aumento deste ano começará a compensar o efeito, aponta a XP. Para os analistas, os prestadores Rede D’Or (RDOR3), Kora Saúde (KRSA3), MaterDei (MATD3), Oncoclínicas (ONCO3), Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) – também podem ter algum benefício, pois poderão negociar melhores preços com as operadoras.
Os analistas esperam que o teto de ajuste de preço de dois dígitos dê aos prestadores um forte argumento para negociações com os fontes pagadoras, o que pode ter um efeito positivo tanto para a receita quanto para as margens de hospitais, laboratórios e clínicas.
Por outro lado, as consequências de segunda ordem também podem ser negativas, avaliam os analistas da XP, uma vez que pode pressionar a capacidade dos beneficiários de continuar pagando seus planos de saúde, impactando o número total de planos individuais (atualmente em em 8 milhões).
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