UMA privatização da Eletrobras (ELET6) tem despertado diversas reações entre analistas e consumidores que, agora, seguem os próximos passos da empresa.
Na quinta, um grupo de investidores sinalizou interesse em comprar cerca de R$ 13 bilhões em ações da empresa, que por sua vez já anunciou, em divulgado nesta quinta-feira (26), a emissão de 697,7 milhões de ações ordinárias no Brasil e nos Estados Unidos.
Mas, não só para o mercado de ações, e sim todos os que têm energia elétrica em casa, fica a pergunta que não quer calar: a conta de luz Vai ser responsável pela privatização da Eletrobras?
A eficiência operacional pode facilitar…
É certo que não há como prever, com absoluta precisão, todos os fatores que atualmente incidem sobre a tarifa de energia elétrica.
Mas, para Waldemir Luiz de Quadrosprofessor de economia na PUCcomo maiores evidências indicam que estatais, ao serem privatizadas, costumam ser suas despesas e se tornarem mais eficientes, o que é boa notícia para o bolso do consumidor.
“O que geralmente acontece nas privatizadas é uma grande redução no custo, podendo chegar até 30% das acontece despesas correntes. E a tarifa por definição, paga todas as despesas da empresa e reembolsa investimento”, explica.
O bolso do consumidor tende a ser aliviado, uma vez que as operações da empresa se tornam menos onerosas e mais eficientes, condizentes com o mercado privado.
Além dos pontos levantados pelo professor, existe a possibilidade de destinação de R$ 5 bilhões, decorrentes da privatização, pra um fundo setorial que pode reduzir a alta das tarifas de energia elétrica neste ano até três pontos percentuais para o consumidor residencialsegundo especialistas de notícias divulgados à agência de Reuters.
O aporte de recursos da Eletrobras para modicidade tarifária é incerto, uma vez que depende da oferta de capitalização, mas passou a ser considerado mais concreto pelo governo e pela Agência Nacional de Energia Elétrica após o aval dado à oferta da Eletrobras pelo Tribunal de Contas da União.
… mas a busca por isso, não
Já Fausto Augusto Júniordiretor técnico do Dieeseé mais cético com relação aos impactos no bolso do consumidor.
“É algo muito parecido com o que aconteceu na Petrobrás (PETR4). Todo mundo disse que ficaria melhor, e agora ninguém controla o preço do combustível“, afirma.
Para ele, a empresa mais privada busca é que a priorizar a pelo lucro e pela satisfação de seus acionistaso que tende a não se alinhar com as políticas de barateamento da tarifa de energia.
“Em algumas coisas, nem sempre o que tem como ideal na visão de mercado funciona. O conceito de eficiência é muito relativo, porque ela pode existir, mas o problema é quem fica com essa eficiência. Quando você coloca a busca do mercado em um setor estratégico, a não eficiência é a busca da busca do setor Dividendos“, diz.
Júnior ressalta que quando se trata de setores como a energia dos impactos inclusivos não pode vir a longo prazo no que diz respeito a questões de infraestrutura.
“Nós vamos entrar em corrida para uma estratégia que deve ser de 50 anos, vai ser de 2, 3, 4, e isso não tende a baixar a tarifa. Muito pelo contrário. A nossa não é uma redução de tarifa”, afirma,
“Quando você pega as concessões aqui em São Paulo, nos pedágios, como estradas tão boas? Estão boas, mas você paga 35 reais para descer para a baixada santista. E da mesma forma que não dá pra escolher qual estrada pegar, eu não tenho como escolher onde eu compro a eletricidade que chega no meu poste” conclui.
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