Dá para contar nos dedos ou número de pessoas curadas da raiva no mundo. Apenas cerca de cinco pessoas sobrevivem a esta doença mortal no mundo. No Brasil, apenas duas, e a primeira delas foi Marciano Menezes. O assunto voltou à tona recentemente após três casos da raiva voltarem a ser empresas no país, dessa vez em Minas Gerais.
Era 2008 quando Marciano, então com 15 anos, foi mordido por um morcego. Provavelmente, sem muita importância, está causando consequências que acompanham o homem até hoje. “Eu tava dormindo de madrugada quando acordei e vi que tinha sido mordido por um morcego”, conta o rapaz em entrevista para o Olhar Digital.
Na conversa, o primeiro sobrevivente da doença no Brasil explica que, na época, não tomou a vacina antirrábica pelo médico que lhe deu, já que no dia não apresentou sintomas. No entanto, algumas semanas depois, os sintomas da doença e já era tarde vacina.
Sobrevivente da raiva
A vacina antirrábica pode ser aplicada tanto antes, quanto depois da exposição à doença. No entanto, depois da mordida a probabilidade a ser rápida, o imutável, além de que é necessária outras doses no dia da probabilidade nos dias subsequentes. No caso de Marciano, ele não recebeu a vacina e desenvolveu sintomas.
Apesar da cura, o homem hoje possui sequelas da doença. Além de precisar usar cadeira de rodas ele sofre com desvio na coluna e dificuldades para abrir as mãos, além de mudar na fala. “Mas eu consegui”, relata Marciano sobre ter sobrevivido à doença.
O rapaz foi tratado com o Protocolo de Willoughby, um tratamento contra a raiva desenvolvido pelo médico dos Estados Unidos Rodney Willoughby, que curou o primeiro paciente no mundo que não havia recebido a vacina. O método, criado em 2004, consiste em colocar o paciente em coma induzido e aplicar uma série de medicamentos antivirais.
Marciano se livrou da doença após um mês, mas conta que ficou internado por quase um ano por conta das sequelas e que durante um longo período precisou ir semanalmente ao médico. Hoje, o rapaz continua sua vida no campo em um sítio em Floresta, no sertão de Pernambuco, e conta com a ajuda de uma cadeira de rodas motorizada para se locomover e realizar tarefas do dia a dia. Marciano não esconde que “nasceu de novo” depois de sobreviver à doença.
Entenda a doença
De acordo com o Ministério da Saúde, a humana é uma doença que afeta o sistema nervoso central e o portador do meio de um vírus familiar por outro mamífero, sendo o morcego um dos mais comuns deles. A doença possui uma taxa de mortalidade próxima 100% e normalmente o paciente entre 5 e 7 dias após o início dos sintomas.
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Não existe eficaz contra a raiva humana, o protocolo, após os sintomas, consiste na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. No entanto, existe uma vacina antirrábica, que precisa ser aplicada o mais rápido possível para evitar o início da doença.
Os sintomas aparecem apenas quando o vírus atinge o cérebro, cerca de 45 dias após a infecção, mas esse período de incubação pode ser normalmente menor em crianças e adolescentes. Os sintomas são parecidos com os sintomas da gripe, como: mal-estar geral, fraqueza, dor de cabeça, febre baixa e irritabilidade. Na medida em que o vírus acomete o cérebro, sintomas como alucinações, confusão mental e outros problemas de origem neurológica podem surgir.
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