
Por Anna Wlodarczak-Semczuk
VARSÓVIA (Reuters) – O banco central da Polônia não está chegando ao fim de seu ciclo de aperto da política monetária e continuará aumentando o custo do crédito até ver uma queda duradoura na inflação, disse seu governador nesta sexta-feira, depois de aumentar as taxas abaixo do esperado.
A decisão de quinta-feira de aumentar a taxa principal em 75 pontos-base, em vez da previsão de 100 dos analistas, fez o zloty cair e levantou especulações de que as preocupações com o efeito da guerra na Ucrânia sobre o crescimento podem significar que o banco central pare de apertar mais cedo do que se pensava anteriormente.
“O Conselho de Política Monetária (MPC) vem aumentando as taxas há vários meses e continuaremos a fazê-lo até termos certeza de que há uma queda duradoura na inflação”, disse Adam Glapinski em entrevista coletiva.
Embora o aumento da taxa de quinta-feira tenha sido menor do que o aumento de 100 pontos-base que o banco central divulgou em abril, Glapinski disse que ainda era substancial.
“Não é um sinal da aproximação do fim dos aumentos de juros… e não é um sinal de que haverá aumentos menores”, disse ele.
A inflação na Polônia atingiu 12,3% em abril, de acordo com uma estimativa rápida do escritório de estatísticas, a maior desde 1998.
Glapinski disse que isso foi resultado principalmente da guerra na vizinha Ucrânia, que elevou os preços das commodities.
Ele disse que espera que a inflação atinja o pico em junho ou julho, e que seriam necessárias duas ou três leituras consecutivas de inflação mais baixa para o banco central dizer que houve uma queda duradoura.
Com a inflação atingindo níveis não vistos em quase um quarto de século, muitos economistas aumentaram suas estimativas para os níveis que as taxas eventualmente atingirão.
Glapinski, no entanto, não queria saber até que ponto as taxas poderiam chegar.
“O MPC não sabe em que nível de taxas vamos parar, ou quando, ainda será um processo longo, doloroso, mas em algum momento vai parar e (as taxas) vão cair”, disse.
(Esta história corrige o parágrafo 4 para ler abril, não junho)
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