A compra caças da Saab foi o fim de um longo e tortuoso programa de modificação dos meios de combate da Força Aérea Brasileira. Aos poucos eles estão chegando, e uma lacuna de décadas na defesa nacional.
O Gripen NG, Ou F-39 na pista da Embraer (Crédito: Saab AB)
Por muito tempo era evidente que as caças da Força Aérea Brasileira estavam no fim de sua vida útil. Como um todo, a situação sempre foi precária. Até 1981 a FAB voou o Cessna T-37, um avião de treinamento, como caça de ataque ao solo. O Mirage III foi adquirido em 1972 e voou até 2005. O Xavante, versão nacional do Aermacchi MB-326 começou a voar por aqui em 1971 e só foi aposentado em 2015.
Em 197, vez do Northrop-5 Tiger II, caça de um superior, mas na prática uma plataforma mais avançada no caminhão vista já obsoleta, mas depois foi essencialmente a países dos EUA e usada como armada “inimigo” em treinos de combate. Sim, eu sei, um monte de ufanistas vai me xingar nos comentários, mas não sou eu quem faz as regras.
Após sucessivas modernizações, o F-5 até voa hoje (2022) mas ele não tem chance contra caças mais avançados, e isso já era evidente nos Anos 80, mas a diretriz para atualizar as esquadrilhas, a DMA 400-6 só saiu em 1992 . (para detalhes completos, veja este ótimo artigo do Poder Aéreo)
Mirage 2000, operação pelo Brasil entre 2005 e 2013 (Crédito: Carlos Cardoso)
Como tudo nesse país o chamado Projeto FX foi empurrado com a barriga, com emprestando e lobbando o contrato bilionário, que tinha a oposição completa por parte da Oposição. Ele acabou passando pelo governo Collor, FHC e só foi cancelado, em 2005, no segundo ano do governo Lula.
Surgiu então em 2006 o Projeto FX-2 – a Missão, com requisitos aprimorados, exigências de transferência de tecnologia, candidatura de nacionais e outros pontos que, sendo honestos, não eram ruínas.
Seis unidades na foram os projetos por seus fabricantes, fase inicial FX-2. Eram elas! (Poderes CTRL+V, Ativar!)
- Su-35 Super Flanker, da Sukhoi (Rússia)
- Rafale F3, da Dassault (França)
- JAS 39 Gripen NG, da Saab e da BAE (Suécia e Inglaterra)
- F/A-18E/F Super Hornet, da Boeing (Estados Unidos)
- F-16 Fighting Falcon, da Lockheed Martin (Estados Unidos)
- Eurofighter Typhoon EF-2000, do consórcio Eurofighter europeu (Alemanha, Itália, Espanha e Inglaterra)
Quase como as propostas americanas rodaram, os EUA estavam cheios de entregas com download de tecnologia, fornecidos o fornecimento de armamentos e no final agiriam como donos dos caças. Outros elaborados por políticas, como o Sukhoi.
Entre brigas, disputas, espionagem comercial e tentativas de sabotagem, foram quase dez anos até o Saab Gripen NG foi escolhido. Pequeno, com 5,4 toneladas de peso, o Gripen é ágil, compacto e robusto. A versão NG, desenvolvida para o Brasil o avança para uma caça de geração 4.5.
Reconheço, o bicho é bonito. (Crédito: Saab AB)
Aviões como o Sukhoi Su-27 e o F-16 são considerados de 4ª geração. O F-22, F-35 e Sukhoi Su-57, são de 5a geração. Para um país como o Brasil, um 4.5 é excelente, ainda mais com baixo custo.
A final, em 2013, foi fechada, com um pacote de US$ 4,7 bilhões, por 36 lutas Saab Gripen NG. No pacote estava previsto, transferência de tecnologia e parcerias com empresas brasileiras, que produziriam 40% dos componentes do avião.
Em 2019 o primeiro Saab Gripen NG voou, na Suécia. Em 2020, a primeira unidade operacional chegou ao Brasil, e a classe recebeu a designação de F-39. agora que foi visto2 me cincoxeu, até que foi entregue por volta de Defesa24, mas o Ministério da Defesa.
Segundo o Defense Newso Brasil vai encomendar mais quatro caças Saab-Embraer F-39E, informação confirmada com um discurso do Comandante da AeronáuticaTenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, onde não só foi anunciada a inclusão de quatro caças no contrato atual, como o início de estudos para uma compra de um novo lote de pelo menos 30 aeronaves.
Hoje o Brasil tem para defender um território de 8,5 milhões de milhas quadradas:
- 42 caças F-5
- 46 aviões de ataque a solo AMX A1
- 31 aviões contrainsurgência Supertucano
- 3 Saab Gripen-Embraer F-39E
Com os acontecimentos na Ucrânia, ficou evidente que mais que nunca valeu a frase de Flavius Renatus, Si vis pacem, para bellum. Se queres paz, prepare-se para a guerra.
O nome disso é poder de dissuasão. Seu cachorro não precisa morder ninguém, o simples fato dele existir faz com que as damas que trocam favores por dinheiro invadam seu quintal e roubem seus limões. Quando a Ucrânia abriu de arsenal nuclear, o mão em troca de um acordo de proteção onde sua identidade e seu território seria protegido pela OTAN pela (não ria) Rússia. Hoje basicamente ninguém acha que o acordo foi uma boa ideia.
Modelo em tamanho real do Gripen NG na LAAD 2019 (Crédito: Carlos Cardoso)
Do outro lado temos países como a Moldávia, que por anos se mantém garantido como satélite da Rússia, investimento zero em defesa. Agora, com um governo pró-ocidente, e uma região separatista nas Transnístria (que surgiu com um conflito fomentado pelos -adivinhe- russos), a Presidente está desesperada.
Ela sabe que se Putin resolver tomar a Transnístria, não há absolutamente nada que Maia Sandu, a edificante suprema mandatária da Moldávia, possa fazer.
Temos o privilégio de ser os maiores peixes do super-áudio da América do Sul, mas já foram conhecidos como garrinhas de fora da região. EM 2006 a Bolívia invadiu e tomou duas refinarias da Petrobrás no país. Depois de pagar um pagamento, para reaver parte do pagamento do Brasil, US$112 milhões. O que, convenhamos, é troco de pinga.
Quando a economia val mal, é comum na região de líderes desequilibrados ameaçarem ações militares, e uma disputa de fronteira que termina com uma invasão do Acre, Foz do Iguaçu ou Roraima é algo que não está fora do papel das possibilidades.
Não ter capacidade de resposta rápida só aumentará a possibilidade de se tornar realidade. Então, que venham mais Saab Gripens.
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