Trabalhadores do campo fizeram um tratorador nas ruas da capital Buenos Aires, na Argentina, na tarde deste sábado (23). Eles pressionaram o governo do presidente Alberto Fernández pelo excesso de tributos aos trabalhadores rurais.
Além dos produtores rurais, diversas pessoas participaram do protesto em veículos de passeio particulares. Os trabalhadores saíram no início da tarde da região do estádio do River Plate e seguiram até a Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, sede do governo argentino.
Os produtores rurais protestam, principalmente, contra a pressão tributária, especificamente contra os impostos sobre as exportações de grãos e de alimentos. Apesar de não ser o produtor que paga esses impostos, eles alegam que as empresas exportadoras acabam repassando esses custos.

Na região central, os trabalhadores encontraram-se com outros que protestavam contra o que se manifesta como uma manobra do atual governo para designar representantes para a Corte de Magistratura do país.
Assim como a ex-Cristina Kirchner, o governador de Alberto Fernández tem uma política que se baseia nos impostos, principalmente ao setor rural, que é um dos mais importantes no país.
Os protestos do país em um momento bastante delicado em que a inflação atingiu o maior índice mensal nos últimos 20 anos.
Em entrevista à CNN neste sábado, o coordenador do curso de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eduardo Mello, afirmou que o governo argentino “falhou em fazer reformas e manter os gastos públicos sob controle”.
“O governo gasta muito mais do que a arrecadação, não é solvente e finanças os déficits crescentes com emissão de moeda. Isso acaba gerando uma inflaçãoopante Argentina está galopante”, disse Mello.
Segundo ele, a inflação está “corroendo o poder de compra dos mais pobres”. “Em todas as sociedades, os grupos mais ricos conseguem se defender melhor da inflação, porque eles têm posses. Os mais pobres não têm isso, então eles veem sua renda mensal, da qual depende para viver, diminuir a cada mês. Quando você tem uma inflação muito alta, ela aumenta a pobreza e a desigualdade no país. É o cenário que estamos vendo na Argentina”, explica o professor.
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