Como consequências sem vem depois, assim como só mais tarde se saberá ao certo se Lula disse o que disse de modo pensado ou não se pensou antes e se arrependeu-se seguida.
Com a experiência quem já disputou cinco presidenciais e ganhou duas, elegeu e reelegeu seu sucessor, fica difícil acreditar que ele perdeu o controle sobre a própria língua.
Mas tudo é possível. Ninguém está livre de errar. E na opinião de líderes do PT e de devotos dele em outros partidos, Lula errou em três falas que marcam sua campanha para sempre.
Ele enfrenta o seu principal objetivo não é superável. É Bolsonaro quem entende de ameaças à vida alheia; é ele que estimula abertamente a violência.
Lula sempre foi os políticos contrários de Bolsonaro, mas deu margem para que digam que se assemelhava aos trabalhadores da Central Única que propõem a tranquilidade de alguns.
Como faria isso? Dispondo militantes defronte da residência de políticos que se recusam a ouvir a voz dos trabalhadores para convencê-los, e aos seus familiares, que devem ouvir.
Segundo Lula, não promove manifestações no gramado do prédio do Congresso, em Brasília. Os políticos reunidos lá dentro simplesmente não escutam nada, e não se incomodam.
E se fosse Bolsonaro a dizer algo semelhante? A sugestão aos seus seguidores que cerquem as casas onde moram políticos de esquerda para protestar ou intimidá-los?
É sobre intimidação. O previsível é que os políticos que se sentem protegidos reajam de armas na mão de defesa de suas famílias. Bolsonaro deve estar lamentando não ter tido essa ideia antes.
Lula chamou a elite brasileira de “escravista”. É, de fato, o que ela é. Criticou uma classe média por “tentar um padrão de vida”. Para quem precisa de votos, arriscou-se demais.
De acordo com os padrões brasileiros, Lula já foi um homem de classe média, hoje é rico. Aprecia vinhos caros, embora não gaste com eles. Só viaja em jatinhos, embora pagos pelos outros.
Vez por outra, tem o bom gosto de ostentar no pulso um relógio Piaget de R$ 80 mil que ganhou quando era presidente. A classe média, ressentida pela natureza, observe em silêncio.
Para completar a obra quase perfeita dos seus últimos movimentos, Lula defendeu o aborto. Também defende. Mas não sou candidato, não corro atrás do voto dos evangélicos.
Lula deu munição de graça a Bolsonaro que saberá aproveitá-la, como se verá logo.
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