O leilão de uma máscara esculpida na África Central gerou grande e foi alvo de protestos no dia 21 de fevereiro. Os protestos foram pouco antes da máscara do século19 ser arrecadados. A mudança aconteceu por pessoas que se colocaram contra o leilão, já que a peça guarde a história do povo Fang e existem poucos exemplares de objetos semelhantes ao redor do mundo.
Segundo a AFP a peça de 55 centímetros de altura chegou à França, em meados de 1917, pelas mãos do colonizador René-Victor Edward Maurice Fournier. Entretanto, as circunstâncias em que o produto foi “dado” ao francês são desconhecidas.
Sabe-se, que possui apenas 10 exemplares uma marca semelhante pelo mundo, uma sociedade secreta do povo Fang. “Isso é um saque”, protestou um homem que estava presente na sala de leilões. Ele diz ser parte da comunidade gabonesa de Montpellier.

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“Não se preocupe, vamos fazer uma denúncia. Para os nossos, meus ancestrais, da comunidade Fang, vamos restaurar esse objeto… [um] o colonial adquirido ilegalmente”, completou ao lado de seus compatriotas, que foram retirados do local sem qualquer tipo de resistência.
Apesar do episódio, o leiloar Normalmente a peça superou de maneira avassaladora a estimativa inicial que ficou entre 300 mil euros, segundo anunciou o Hotel des Ventes em um comunicado.
Conta os impostos, o item ultrapassou o valor de 5,25 milhões de euros se equiparando ao de outra máscara Fang, que preço uma grande artista como Picasso e Modigliani no início do século. A peça foi arrematada por 5,9 milhões de euros em um leiloar que aconteceu em Paris, em 2006.
O item foi disputado por 10 compradores, sendo que a oferta final foi feita por telefone. Além da máscara, um trono do Congo também estava à venda, sendo arrematado por 44 mil euros. Até o momento, nenhuma represália foi feita ao leilão, mesmo com o protesto realizado durante o evento.
O povo Fang
Os fangues são um povo originário do interior da área continental da Guiné Equatorial, na região do rio Muni, encontrando-se também no Gabão e nos Camarões. Atualmente, esse é o grupo étnico mais numeroso da Guiné Equatorial e um dos mais populosos no Gabão.
O povo Fang foi vítima do grande comércio de escravos entre os séculos 16 e 19. Eles foram estereotipados como podemibais por comerciantes de escravos e vítimas, em parte porque foram criados e ossos humanos foram encontrados abertos ou em caixas de madeira perto de suas aldeias. Essa alegação foi usada para justificar a violência contra eles, assim como a escravidão a que foram mantidas.
Os fangues falam a língua Fang, também conhecida como Pahouin, Pamue ou Pangwe. As do grupo estão ligadas por linhagem. Eles são exogâmicos, ou seja, como relações inter-relacionadas não aparentadas ou com grau de parentesco distante. Eles são agricultores e caçadores, mas se tornaram grandes produtores de cacau durante a era colonial.
Como as presas
Tradicionalmente usadas em rituais e declarações, como máscaras africanas são muito diversificadas, sendo que cada uma delas tem um significado e propósito específico. As máscaras Fang, por sua vez, originárias do Gabão e Camarões e têm características minimalistas, apresentando olhos pequenos e bocas muitas vezes inexistentes. As sobrancelhas são conectadas e o nariz é longo.

Dicionário de Símbolos
Conhecidas como máscaras Ngil, essas peças foram utilizadas em iniciação e outros rituais, podendo ser usados apenas por membros escolhidos Elas têm como matéria-prima a madeira, sendo mais comum o uso do ébano, mogno e jacarandá. Foi nesses objetos que artistas das vanguardas europeias, como Pablo Picasso e Matisse, buscaram inspiração para a construção de uma arte ocidental inovadora.
Fontes: Aventuras na História e Cultura Genial
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