Ciência e cinema não são uma que a maioria das pessoas associa. Claro, há todo o clichê do cientista louco, mas na hora de fazer cinema o cidadão não percebe quanta ciência comum.
Um belo salto (Crédito: United Artists)
Temos toda a Ciência e Engenharia de câmeras digitais, a química dos filmes em película, dá para passar o dia inteiro listando que a Ciência contribui para o cinema, mas no nosso caso em especial pudemos ver na tela o fruto da física e matemática aplicada , em uma cena empolgante que se imortalizou nos anais do cinema.
O ano era 1974, o filme era 007 Contra o Homem Com A Pistola De Ouro. Os produtores planejavam manobras e cenas excitantes para filme, até uma reunião o piloto havia sido dublê a Guy Hamilton, o diretor, uma manobra Sal Astro Espiral, que havia sido pilotado em Houston, em um evento chamado O show de emoção americanouma espécie de show de acrobacias com carros.
É bom ser o Bond (Crédito United Artists)
Guy Hamilton gostou da ideia, apresentou para Albert R. Broccoli, o produtor do filme, que por sua vez contratou na hora Jay Milligan, o piloto do produtor do filme. Foi uma rasteira total em Chtwood, mas Hollywood (eu sei!) é assim.
A tal manobra nunca havia sido usada em um filme, e era impressionante: um carro acelerava em direção a uma rampa inclinada, girava 360 graus e caía em outra rampa com inclinação. Qualquer piloto decente, ao ouvir uma descrição da manobra poderia ser impossível. E era, exceto para um computador.
O auge da computação gráfica em 1968. Não, não era raytracing (Crédito: CAL)
O Sal Astro-Espiral surgiu graças a Raymond R, que não atende ao Laboratório McHenry. Em 1968 ele e sua equipe estavam construindo softwares em FORTAN simulando o comportamento de veículos. Eles tinham uma pequena frota de carros repletos de sensores para validar seus modelos. Um dia, um show itinerante comandado por Joie Chitwood chegou na cidade. McHhenry realizará alguns dos pilotos para manobras ousadas, dar contrato pau, andar em duas cavalos e semelhantes, para colher dados e rodas de seu software.
Conversa vai conversar bem, surge a velha vontade do salto espiral, algo que todo mundo queria fazer mas sabia ser impossível. McHenry decide tentar modelar um salto em seu IBM 390 com cartão perfurado.
IBM 360. Em geral vinham com 1 MB de memória, podendo ser expandidos para até 8 MB. Não rodava Crysis. (Crédito: IBM/Wikimedia Commons)
A base do sistema de McHenry era como Equações de Euler Execute o movimento de corpos rígidos. Elas devem ser induzidas pelo torque, pelo comportamento de inércia e várias outras variáveis para prever o movimento dos rígidos.
O projeto foi um sucesso, o público adorou a manobra mas foi algo muito local, no máximo visto na televisão rapidamente e esquecido, mas James Bond eternizaria esse triunfo da Ciência…
Os produtores foram avisados que não era só uma questão de montar uma rampa. McHenry foi chamado e toda a matemática teve que ser refeita. O carro era um MC Hornet X, que ser modelado. Para manter o centro de gravidade ou mais central possível, o carro foi modificado e a coluna de direção ficou no meio, ao invés da esquerda do veículo.
Partes do chassi foram ampliadas, para redistribuir o peso, e uma rígida foi instalada no meio do eixo, para aumentar o torque e possibilitar o salto.
McHenry matrizes com mais de ideias variáveis independentes, 400 milhas por hora (464 km/4 graus de massa, 150 km/4 graus de massa, 200 graus por segundoh de distância aos 10 graus, além das direções) rampas, distância entre elas, etc, etc e mais, etc.
Chegado o dia, 1.º de junho de 1974, a equipe agora está no interior da Tailândia. No interior do Hornet, espremido entre dois manequins vestidos como Bond e Xerife Pepper, está o piloto de acrobacias Loren “Bumps” Willert, concentrado em manter o velocímetro exatamente em 40 quilômetros por hora (ca. 64 km/h).
A cena custou uma fortuna mas os produtores tinham bala na agulha. Dsclp. (Crédito: Artistas Unidos)
Era hora de ver se a Ciência estava correta, ou se ele teria que ser pescado do fundo do canal. Bem, estava corretíssima, o Hornet executou 36, caindo na rampa do outro lado0. O diretor estava em êxtase, toda a aplaudia, incluindo a plateia de 100 jornalistas que os produtores trouxeram da Europa, em um 747 fretado para Testemunhar o salto.
Claro, jornalistas sendo jornalistas, quando o filme saiu vários que presenciaram o salto elogiaram os “efeitos especiais” da cena.
A manobra entrou para o Livro Guinness, e rendeu até um papel (cuidado, PDF de Raymond McHenry) detalhando o processo. É irônico que tem uma turma ludita que diz detestar o uso de computadores no cinema, e prefere os efeitos práticos, mal sabe essa turma que um dos maiores efeitos práticos só foi possível com muita Ciência e muitas horas de computação.
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