A comunidade gamer, apesar de ser diversa, ainda sofre com a falta de representatividade de pessoas de todos os jeitos. Um exemplo disso são as mulheres, que apesar de serem maioria no mundo dos jogos, pouco se reconhecem como gamers de fato. Muitas, inclusive, esconde seu gênero em partidas online para evitar assédio e preconceito. Outros grupos marginalizados fora do ambiente digital, como negros, PCDs e LGBTIQA+, também permanecem mais tempo dos holofotes em campeonatos de jogos, plataformas de streams e publicidade.
O TechTudo favorito do evento #TodoMundoJoga da Lenovo na última quarta-feira (30), que celebrou o projeto focado em diversidade e inclusão de mulheres, pessoas pretas, PCDs e LGBTIQA+ do mesmo nome. Com isso, a gente respondeu para essas comunidades: o que ainda falta para todo mundo jogar junto?
MaahG Lopez é streamer e apresentadora, além de mentora do projeto Todo Mundo Joga — Foto: Divulgação/Lenovo (Saymons)
MaahG Lopez: mais empresas criarem iniciativas de inclusão
MaahG, apresentadora e streamer, faz três dos quatro grupos de minoria que parte de uma iniciativa. Mulher, negra e LGBTQIA+, ela foi mentora do Todo Mundo Joga e acredita que mais empresas de diversidade abraçar o compromisso com a inclusão. “Existem pessoas incríveis e que contém conteúdo de uma forma absurda, mas muitas vezes não são vistas”, ela explica.
A nova embaixadora da Lenovo já chegou a acreditar que estava na profissão errada e agora vive um recomeço. “É possível espelhar e mostrar outras paisagens e cenários que é possível incluir em todo o mundo”, justifica. “Eu, como mulher nunca senti em vários pontos, como nos esports desde que eu entrei. Quanto mais a gente incluir, mais vamos nos sentir completos”, declara MaahG.
Camilota XP: deixe as diferenças de lado
CamilotaXP e Fabrício Ferreira, participante do projeto principal para PCDs — Foto Divulgação/Lenovo (Saymons)
Embaixadora da Lenovoa apresentadora da LBFF Camila ”CamilotaXP” Silveira é referência feminina no cenário de esports. Durante o projeto, ela foi mentora da iniciativa para mulheres e também gostou de outros grupos. Para ela, o primeiro passo para todo o mundo jogar junto é deixar as diferenças de lado. “Por muitas diferenças da maioria, muitas pessoas contratadas da sociedade”, ela explica.
Camilota explica que participar do #TodoMuJoga foi prazeroso e gratificante. “Eu aprendi muito como ser humano, além do ponto de vista profissional. principalmente, com o público PCD, que me acolheu de forma muito carinhosa”.
Machadinho: oportunidades
Machadinho é tremer e acredita que ainda faltam oportunidades para minorias — Foto: Reprodução/Twitter
Gabriel “Machadinho” Machado, streamer da DETONA e SBT Games, fez parte da mentoria focada em PCDs. Para todo o mundo jogar junto, ele ainda acredita que faltam oportunidades para as minorias. “Eu estou há cinco anos no mercado e só nessa pandemia que eu fui realmente notado, porque a sociedade em geral sentiu na pele que uma pessoa com deficiência sente na vida, que é ficar isolado em casa”.
Para crescer, Machadinho aproveitou todas as oportunidades para pessoas que se aproveitaram e se tornaram uma referência com deficiência nos esports. Agora, ele planeja ampliar campeonatos para PCDs, como o Copa PCD de Valorantque aconteceu no ano passado.
Sher Machado (Transcurecer): ignorância que vem do preconceito
Sher “Transcurecer” acredita que a ignorância impede que as pessoas não aceitem as diferenças — Foto: Reprodução/Twitter
A streamer da INTZ She Machado é uma das referências na comunidade LGBTQIA+ na comunidade gamer. Mulher trans e negra, Sher tem 45 mil seguidores no Twitter e faz lives de Valorant. Para ela, é difícil entender como alguém pode diferenciar outras pessoas por conta de sua aparência ou por quem elas são. “Para mim, o preconceito é ignorância”, explica.
Representante de diversas marcas, ela acredita que não é preciso ser igual à maioria para ser considerada normal. “Somos seres diversos, temos diferenças e está tudo bem”. Ela busca, ainda, apresentar outras mulheres trans e amigos para marcas, o objetivo é dar mais chances para outras pessoas. “É preciso de dinheiro, mas é preciso trazer mais pessoas para o mercado e isso não é uma competição”, conta.
*A jornalista viajou a São Paulo a convite da Lenovo.
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