Ó terror
psicológico
sem trégua
segunda-feira
temporada
de Castelo
Rocha
Os monstros existem, e os fantasmas também; eles estão dentro de nós, e às vezes eles vencem.
Stephen King
Acredito que todos nós tenhamos, em maior ou menor medida, um gosto um tanto mórbido. Podemos até não falar deste lado, ou ignora-lo, mas todos temos sem aper que belo e pelo destrutivo, pela vida e pela morte.
Não vou entrar aqui interpretando ambos sobre eros e ântatos, “fascínios pela vida e a morte, segundo Freud, mas nosso fato que somos atraídos por. Isso pode ajudar a porque eu sempre gostei de explicar histórias de terror ou suspense, desde a infância – tanto filmes quanto séries.
Volta e meia, assistir a uma série um tanto “macabras”. Castle Rock é um exemplo recente disso. Assisti à primeira temporada, em 2018 e, agora, em 2019, me lancei na segunda.
Sobre a série
Para quem não sabe, Castle Rock é uma série do serviço de streaming Hulu baseado em histórias escritas por Stephen King – uma referência em literatura de terror, suspense e ficção sobrenatural. Lembre-se o impacto que o Pet Sematary, baseado em uma obra dele, me baseado como hoje na “tenra idade”.
Pois bem, Castle Rock é uma série focada no mundo do Sr. Stephen King. Cada temporada inicia e termina uma história. Ou seja, a história desta segunda temporada não tem nada a ver com a história da temporada anterior. Quer dizer… quase nada a ver. O que liga as duas histórias é que a parte mais tensa, o centro da narrativa, se passa em um mesmo local: Castle Rock.
Apenas a localidade e o “espírito” da história, no melhor estilo Stephen King, ligam as duas temporadas. Mas todo o elenco diferente, de uma temporada para a outra, assim como as histórias não tem ligação. O alto grau de loucura das histórias, os personagens “tradução da loucura”, a crescente de loucura – ou a busca da narrativa dos personagens – também une as temporadas.
A temporada 1, que não vai detalhar por aqui, foi focada na história de Henry Deaver, um advogado que acaba encontrando um cliente muito diferenciado na Prisão Shawshank. (SPOILER – não leia se você não assistiu à temporada). No fim, a temporada joga com a questão espaço-tempo e questiona a noção de loucura e de culpabilidade de diversos personagens – inclusive do protagonista.
A Season 1 foi interessante, especialmente pelo trabalho do elenco, com destaque para Bill Skarsgard e André Holland. Além disso, a série contorno com uma participação mais que especial de Sissy Spacek e com o bom trabalho de Melanie Lynskey. Apesar disso, achei que a história deixou um pouco a desejar, especialmente não pensada.
Sobre a temporada – Temporada 2
O começo e o desenrolar da 2ª temporada de Castle Rock me pareceram bem mais impactantes. O terror psicológico e a aflição estão presentes desde o primeiro minuto da trama. Nunca é fácil ver alguém cheio de sangue com uma caixa por uma floresta, vocês devem entender… 😉
(SPOILER – a partir daqui vou falar bastante da temporada e do episódio, então se você ainda não assistiu, recomendo parar a leitura por aqui).
A história da “mãe” que vive trocando como placas de carro, pulando de emprego em emprego e percorrendo o país claramente fugindo de algo que chama a atenção facilmente. As cenas iniciais, da menina cheia de sangue, também dão a senha certa para que fiquemos na expectativa para entender que crime ela cometeu. E finalmente, de quem é aquela criança que ela “roubou”?
Grande parte do mérito da força desta Season 2 está no trabalho de Lizzy Caplan como a esquisita Annie Wilkes. Ela tem problemas psicológicos sérios, isso logo vem à tona na história. A facilidade com que ela sai do prumo, sem um bem controlado controle, é um elemento de controle.
A “filha” dela, maravilhosamente interpretada pela ótima Elsie Fisher, é o contraponto perfeito. A garota parece um pássaro que sempre foi cuidado pela ave-mãe e que nunca teve a oportunidade de bater asas. Apesar disso, ela foi criada com frases estranhas e um tanto desconexas sobre perigo iminente, mundo sujo e um paraíso precisa ser descoberto.
A narrativa, desde o primeiro capítulo, é tão envolvente quanto angustiante. Não demora muito para que uma história que já seria interessante – uma mulher em fuga permanente com sua “filha” raptada – ainda mais rica quando a protagonista se acidenta justamente onde? Em Castle Rock.
A cidade é um paraíso para o diabo – ou assim parece. Em poucos capítulos não sabemos se o perigo maior está dentro ou fora da casa de Joy e Annie. Há cenas que se escondem no caminho e quando Annie se desfaz de um peso – literalmente –, sem ela descobrir um lugar sinistro que ressuscitará os mortos para mal.
Enfim, Castle Rock em sua Season 2 está recheada das esquisitices que fazem sucesso na obra de Stephen King. Temos um pouco de “sobrenatural” e bastante de terror psicológico em cena. Para os fãs do gênero, sem dúvida, um verdadeiro deleite.
NOTA DA TEMPORADA (até aqui): 9,4.
Sobre o episódio 5 da 2ª temporada
Meus amigos, que episódio fantástico! Depois de quase um “pout-porri” de personagens e de histórias fragmentadas e/ou semi-apresentadas nos primeiros episódios da temporada, finalmente nos apresentou um episódio de mergulho em uma história.
Claro que para criar o drama, a e nos mostrar todos os fios que precisam ser puxados nesta temporada, foi justificada aquela profusão de personagens e situações nos primeiros primeiros. Mas nada como um mergulho no passado, um longo e rico flashback na história dos protagonistas para entendermos melhor o que está se desenrolando no presente da narrativa.
Pois é exatamente isso que aconteceu no episódio 5, intitulado “The Laughing Place”. Ainda que a narrativa nos leve a trabalhar nos acontecimentos grandiosos do episódio antes da hora ou brilho não tem sucesso nos episódios anteriores da hora.
Os diálogos são interessantes, assim como as situações são muito bem construídas. Destaque para o trabalho de Ruby Cruz como a jovem Annie; de John Hoogenakker como o pai dela; de Robin Weigert como mãe e de Sarah Gadon como Rita. Eles estão ótimos com um espaço para desenvolver a dinâmica de seus personagens.
Com a fase 5 estilizados na educação e nas referências que seguem o jeito de agir e agir de Annie na adultos. Nada como nos aproximamos de sua realidade na infância e na juventude para entender como ela chegou aonde chegou. Um episódio fundamental para compreender a “mãe maluca”.
Além disso, o episódio termina de diferentes formas perfeitas, com duas possibilidades muito de definição e/ou de maneira continuada da história. Uma forma instigante de terminar um capítulo e de instigar o visualizador a querer assistir ao próximo.
Muito bem construído, escrito e narrado, esse episódio 5 foi colocado no ponto certo da narrativa. Ajudou os espectadores a se interessarem ainda mais pelas pessoas e alguns abriram as possibilidades de possibilidade para um leque. Tudo indica que Annie se dará muito mal ainda, mas há chances de Joy se salvar.
O que resta saber é o Bartivo que os irmãos Abdi (Yusra Warsama) e Nadia saberá na história, após a descoberta da verdade sobre o pai ado deles – Tim Robbins em uma participação especial na trama. Outro que se destaca no elenco é Paul Sparks, que agora encarna a figura do “mal” de Castle Rock.
Prevejo muito sangue, tortura e mortes estranhas pela frente. Veremos quem sobra no final. 😉 Mas, até o momento, estou achando esta temporada mais interessante que a anterior. recomendado recomendado para quem deseja saciar o seu ladinho mórbido com uma história que é, acima de tudo, envolvente e instigante.
Ah sim, e uma curiosidade sobre a série: ela conta com JJ Abrams como produtor executivo – assim como o próprio Stephen King. O episódio 5 foi dirigido por Anne Sewitsky, que apresentou uma direção segura e muito atenta aos detalhes e ao trabalho dos atores. A série foi criada por Sam Shaw e Dustin Thomason. Vale os registros. 🙂
NOTA DO EPISÓDIO: 9,7 (só não foi maior porque a situação do pai e da “professorinha” poderia ter sido um pouco menos óbvia).
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