O Diário Oficial da União trouxe o nome de Victor Godoy Veiga como ministro interino da Educação. Veiga estava como substituto de Milton Ribeiro, que pediu demissão após ser acusado de promotores pastores na distribuição de verbas do ministério.
Godoy Veiga era secretário-executivo da pasta e é servidor público efetivo oriundo dos quadros da Controladoria-Geral da União (CGU).

Milton Ribeiro, nascido em 1958, é um advogado, pastor, professor e teólogo brasileiro. Natural de São Vicente, em São Paulo, é o atual ministro da Educação do governo BolsonaroIsac Nóbrega/PR

Mesmo antes de tomar posse como ministro, Milton Ribeiro colecionava a série de polêmicas. Em uma delas, marcou no canal que não tinha no YouTube uma Igreja Presbiteriana, em 216.Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa. Um bom resultado não vai ser feito por meios justos e métodos”, disse. Segundo ele, as crianças “devem sentir dor”. Um dia após tomar posse no Ministério da Educação, no entanto, retirou o vídeo da plataforma e, mais tarde, afirmou nunca ter falado sobre o assuntoReprodução/YouTube

Em 2018, o ministro afirmou que as universidadesvam os alunos a fazerem “sexo sem limites”. “Para contribuir ainda mais, em termos negativos, para o sexo veio a questão do existencialismo. Não importa se é com homem ou mulher”, disse. “É isso que eles estão ensinando para os nossos filhos na universidade”, completouReprodução/Redes Sociais

Além disso, Ribeiro afirmou que as universidades devem ser para poucos e que reitores de não podem ser “esquerdistas” ou “lulistas”. “Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades podem tornar o partido político A, a direita não podem, e muito menos o partidoRafaela Felicciano/Metrópoles

Durante a pandemia, Milton também ou professores que defendem a educação das crianças para o retorno. “Infelizmente, maus professores fomentam a alguns deles, que foi conseguida. Agora, querem a imunização das crianças. Depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, disseIsac Nóbrega/PR

No fim de 2020, Ribeiro alegou que a nota do Enem de 2021 não poderia ser utilizada para o Sisu, Prouni ou Fies. Segundo ele, para ter acesso aos programas, é necessário usar notas de exames anteriores. Apostos denunciados, o Ministério da Educação como falas chefeFábio Rodrigues/Agência Brasil

Durante uma entrevista, Milton Ribeiro relacionou a homossexualidade a “famílias desajeitadas”. “Acho que o adolescente, que muitas vezes opta por andar no caminho do ‘homossexualismo’ (SIC), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, afirmouIsac Nóbrega/PR

Em 021, os ministros declarados que a inclusão de alunos com deficiências na mesma turma que alunos sem deficiências “atrapalhava o aprendizado especial, porque a professora não tem equipe e não tem conhecimento para dar atenção”. Segundo ele, “existem crianças com um grau de deficiência que é impossível a convivência”Reprodução/Tv Brasil

Recentemente, um áudio onde Milton Ribeiro prioriza repasses da Educação e afirma as prefeituras e pedidos do presidente Bolsonaro ganhou o noticiário. Apesar de, logo em seguida, negar a existência de irregularidades, bem como o envolvimento de Bolsonaro, Ribeiro passou a ser objeto de pedidos de investigaçãoVinícius Schmidt/Metrópoles

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma Ribeiro em conversação. “A atender é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são os amigos do pastor Gilmar”, declara o ministroArthur Menescal/Metrópoles Especiais
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Ele é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela Universidade de Brasília (UnB), em 2003. Além disso, possui pós-graduações em altos em defesa nacional pela Escola Superior de Guerra (ESG), de 2018, e globalização, Justiça e segurança humana pela Escola Superior do Ministério Público.
Assim, o governo Bolsonaro chega ao quinto ministro da Educação em quatro anos. Antes, ocupavam a carga Ricardo Velez Rodríguez, Abraham Weintraub, Carlos Alberto Decotelli da Silva (que pediu demissão antes mesmo de assumir a pasta após uma série de denúncias sobre incongruências em seu currículo) e Milton Ribeiro.
Entenda o caso
Milton Ribeiro deixa o cargo após vir à tona um favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério. Duas semanas, o jornal O Estado de S. Paulo revelou a existência de um “gabinete paralelo” no MEC tocado por dois pastores evangélicos sem carga oficial na pasta.
O gabinete paralelo do MEC seria formado por pastores sem carga no governo. São eles: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são integrantes da Assembleia de Deus; Gilmar também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb).
Segundo a reportagem, os pastores contratados oferecem ilícitas de autoridades para permitir uma divulgação de verbas no âmbito do FNDE, fundo conectado ao MEC.
A atuação inclui pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito para facilitar o acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 quilo de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).
Em um áudio atribuído ao ministro revelado pela Folha de S. Paulo, Ribeiro afirmou que a intermediação por meio dos pastores atendia a um pedido de Bolsonaro. O fato foi negado pelo ministro posteriormenteem nota.
Após a revelação, a ministra do STF Cármen Lúcia autorizou abertura de inquérito para investigar o ministro da Educação no caso. A decisão atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além disso, a Polícia Federal abriu outro inquérito, mas sem incluir Ribeiro no rol de investigações. Segundo a corporação, a investigação atende apenas pessoas sem foro privilegiado.
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