Cerca de 35 milhões de abastecimento de água não tratada. É o que mostra relatório divulgado nesta terça-feira (22), Dia Mundial da Água, pelo Instituto Trata Brasil (ITB).
A pesquisa de saneamento básico no país deve escanear. Os piores municípios do Brasil em acesso a saneamento básico estão localizados na região Norte. O líder negativo do ranking é a capital do Amapá, Macapá, seguido por Porto Velho (RO), Santarém (PA), Rio Branco (AC), Belém (PA) e Ananindeua (PA).
Na outra ponta, entre as seis cidades que têm os melhores índices, quatro são do estado de São Paulo. A lista é puxada por Santos, no litoral paulista, à frente de Uberlândia (MG), São José dos Pinhais (PR), São Paulo (SP), Franca (SP) e Limeira (SP).
De acordo com os indicadores, os municípios com os maiores investimentos em média 340% a menos do que os maiores acessos aos serviços.
Isso ocorre em um cenário em que apenas a metade do volume de esgoto gerado no Brasil é tratado, o equivalente a mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem todos os anos.
“Essa edição de 2022 evidenciou uma estagnação dos municípios que sempre estão nas posições piores. O que nos assusta é que estas cidades, mais uma vez, são da região do Norte do país, onde o acesso ao saneamento ainda é mais deficitário do que em outras regiões. Há capitais que estão trabalhando nos últimos anos para saírem dessa posição, mas não é a regra, é uma exceção”, avalia Luana Siewert Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.
O Trata Brasil avaliou ainda os investimentos nas capitais: entre 2016 e 2020, foram investidos cerca de R$ 23 bilhões em saneamento básico. Segundo o relatório, o valor é insuficiente para a saída do Brasil a meta, o instituto no Novo Marco Legal do Saneamento fornecerá para 99% da água e coleta e tratamento de esgoto para 90%, até 2033.
A nova edição do Ranking de indicadores básicos de saneamento básico de água e esgoto nos 100 brasileiros mais populosos. Divulgado desde 2009, o relatório é baseado em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Ranking do Saneamento Básico
10 piores cidades
- Macapá (AP)
- Porto Velho (RO)
- Santarém (PA)
- Rio Branco (AC)
- Belém (PA)
- Ananindeua (PA)
- São Gonçalo (RJ)
- Várzea Grande (MT)
- Gravataí (RS)
- Maceió (AL)
10 melhores cidades
- Santos (SP)
- Uberlândia (MG)
- São José dos Pinhais (PR)
- São Paulo (SP)
- Franca (SP)
- Lima (SP)
- Piracicaba (SP)
- Cascavel (PR)
- São José do Rio Preto (SP)
- Maringá (PR)
Panorama dos 20 piores municípios
Historicamente, as piores posições pelo Ranking do Saneamento Básico estão ocupadas pelos municípios da região Norte, Nordeste e Estado do Rio de Janeiro. Há também uma predominância de cidades do Paraná, São Paulo e Minas Gerais nas melhores posições.
O relatório mostra que somente 31,78% das pessoas nos 20 piores são abastecidas com os municípios de coleta de esgoto, enquanto nos 20 melhores o percentual chega a 95,52%. Em Santarém (PA), que registra o menor índice de esgoto, apenas 4,14% da população têm acesso aos serviços.
Quando considerado o critério de acesso às redes de água potável, 99,07% da população das melhores cidades tem o recurso, contra 82,52% da população entre os 20 piores municípios com o serviço.
*Sob Supervisão de André Catto
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