Não é de hoje o movimento da Rússia de aproximação da China para tentar reduzir dependência do Ocidente.
Um disso é o acordo de fornecimento de gás russo aos chineses, a exemplo do gasoduto norte da Sibéria ao China. O projeto começou em 2014, quando foi definido como acordo do século.
Com isso, a exportação de gás para a China ficou em 16,5 bilhões de metros cúbicos em 2021. O objetivo é mais que dobrar esse número até 2025, para 38 bilhões.
Energia é um ponto extremamente estratégico para a Rússia e também em qualquer cenário geopolítico.
De um ponto de vista global, vale destacar a análise feita recentemente pela britânica Economist, dizendo que a China está querendo aprender com os erros da Rússia na guerra, porque ela também tem seu próprio projeto de se tornar uma superpotência global e já está vendo que precisa tornar seu sistema financeiro mais protegido.
Está tentando, inclusive, diversificar de cerca de US$ 3 milhões, que estão em ativos ocidentais, tanto nos Estados Unidos quando na Europamas tem desafios pela frente.
Segundo João Costa Filho, doutor em economia e pesquisador na Universidade Nova de Lisboa, para conseguir essa diversificação num sistema alternativo, a China que seja precisa o suficiente, diz que não pode simplesmente fazer suas reservas de dólar em europeus, por exposição, porque ela teria a mesma ao Ocidente.
A China, inclusive, já está movendo seus pauzinhos para conseguir reduzir o dólar e, mais um sinal disso, além dessa aproximação com a Rússia, foi também a notícia de que os chineses estão fazendo um acordo com a Arábia Saudita para venda de petróleo em yuan, acordo que o mercado repercutiu.
Sobre isso, vale destacar a análise do especialista: “sim, dinheiro não é condição suficiente para prevalecer, mas a falta pode ser suficiente para perder a guerra”.
*Com informações de Priscila Yazbek.
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