
Os títulos de renda fixa de curto prazo apresentado o melhor desempenho em fevereiro, segundo comunicado a Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).
O destaque são os títulos públicos indexados ao IPCA com prazo de até cinco anos, que valorizou de 1,06% no mês.
Marcelo Cidade, economista da associação, ressalta que as carteiras com prazos de vencimento mais curtos, tanto de títulos corporativos como de títulos públicos, registram retornos mais atrativos desde o ano passado, principalmente a partir do segundo semestre.
“Esse padrão é um reflexo do cenário macroeconômico atual, que combina baixo dinamismo na atividade econômica, inflação alta e incerteza no quadro fiscal”, explica.
O Boletim de Renda Fixa da Anbima mostra ainda que a invasão russa na Ucrâniaem 24 de fevereiro, intensificou o clima de incerteza, principalmente quanto aos efeitos mais imediatos sobre a imposto.
Entre os dias 23 e 25, o prêmio sobre a inflação de um ano — diferença entre a taxa de títulos prefixados ea previsão de inflação para esse prazo — subiu de 0,23% para 0,44%.
“Com o desenrolar do conflito, a percepção do mercado é de um ambiente ainda mais desfavorável para os ativos de longo prazo”, diz Cidade.
Títulos públicos
A carteira de títulos públicos, refletida no IMA (Índice de recuperação do Mercado Anbima), mostrou em relação a janeiro e avançou 0,74%.
Os títulos públicos indexados à Selic diária registram alta de 0,92%, de acordo com o subíndice IMA-S. Essa é a carteira de títulos públicos que apresenta a maior rentabilidade no ano, com crescimento de 1,75%.
Os títulos prefixados com vencimento de até um ano também registraram alta em fevereiro, de 0,74%.
Por outro lado, os títulos com vencimentos mais continuarão a sofrer vítimas em 2022.
Os títulos indexados ao IPCA com prazo acima de cinco anos manteve um retorno negativo de 1,6% entre janeiro e fevereiro, acumulando perdas de 4,24% nos últimos 12 meses.
Já os títulos prefixados com prazo acima de um ano tiveram forte recuperação em relação a janeiro, variando 0,48%, mas o resultado foi insuficiente para sair do campo negativo não acumulado do ano (-0,02%).
Debêntures
Em relação aos títulos corporativos, a maior rentabilidade foi registrada por debêntures indexadas ao IPCA (exceto relacionados ao setor de infraestrutura), com alta de 0,95% no mês.
Em seguida, estão as debêntures atreladas à taxa DI, que valoram 0,94% no período. O subíndice IDA-DI, que acompanha essa carteira, acumula uma valorização de 1,81% no ano — acima dos demais subíndices, que não chegou a 0,30% no bimestre.
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