
(Adiciona a palavra faltante ‘bancos’ no parágrafo 9)
Por Jan Srupczewski e Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) – Autoridades da União Europeia estão examinando a restrição da influência da Rússia e do acesso a financiamento no Fundo Monetário Internacional após a invasão da Ucrânia, disseram seis autoridades à Reuters.
Esse cenário agora em discussão aumentaria a pressão sobre a economia e o sistema financeiro da Rússia e também marcaria um importante passo simbólico, aprofundando o isolamento internacional de Moscou.
Uma opção em consideração é remover a Rússia inteiramente da instituição que atua como credor de último recurso, disseram autoridades, embora alguns tenham notado que isso seria difícil, se não impossível.
“Há uma discussão, mas expulsar a Rússia por completo provavelmente não é realista por causa da quora exigida”, disse um alto funcionário da zona do euro, referindo-se ao amplo apoio necessário entre países que incluem a China.
Outras opções que estão sendo examinadas incluem a suspensão dos direitos de voto da Rússia, bem como o bloqueio de seu acesso a uma moeda especial do FMI, os Direitos Especiais de Saque, disseram as autoridades.
Um porta-voz do FMI não comentou imediatamente.
A Rússia está economicamente isolada depois que as forças russas invadiram a Ucrânia no maior ataque a um estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial. Moscou chama o ataque de “operação especial”.
As restrições do FMI podem fazer parte de outra rodada de sanções, já que a guerra na Ucrânia entra em sua segunda semana.
A Rússia já foi atingida por um congelamento de seus ativos do banco central, uma proibição do espaço aéreo da UE, do Canadá e dos EUA, a remoção de vários de seus bancos do sistema de pagamentos internacionais SWIFT e sanções a um punhado de magnatas russos.
Os Estados Unidos e a UE agora estão preocupados que Moscou, cortada de grande parte de suas reservas de US$ 630 bilhões, possa ter acesso a US$ 17 bilhões em reservas do FMI que recebeu no ano passado, quando o FMI as impulsionou para combater a pandemia de COVID-19.
O SDR é uma moeda do FMI baseada em uma cesta de dólares, euros, libras esterlinas, ienes e yuans. Para gastar os US$ 17 bilhões em SDRs, a Rússia teria que encontrar países dispostos a trocá-los pelas moedas subjacentes, uma perspectiva vista como improvável.
EDIFÍCIO DE PRESSÃO
Os funcionários confirmaram que, enquanto se discutia a restrição dos direitos de filiação russa no FMI e o bloqueio de seu acesso aos SDRs, a discussão era ainda mais ampla, em relação à filiação de Moscou.
“Há uma discussão em andamento para expulsar a Rússia de todas as instituições financeiras internacionais”, disse um segundo alto funcionário da zona do euro, acrescentando que a discussão sobre o FMI foi principalmente sobre como impedir que Moscou use seus SDRs.
No entanto, expulsar totalmente a Rússia do FMI pode não ser legalmente possível, disse outro funcionário.
“A leitura legal consensual é que isso não pode ser feito. Mesmo para membros culpados de genocídio não foi feito, porque exigiria prova de uma violação legal do acordo do FMI, por isso é muito improvável”, disse o terceiro funcionário.
Questionado sobre quando as negociações podem chegar a uma conclusão, o primeiro funcionário disse que a questão é urgente, mas alguns outros membros do FMI, que agrupa 190 países, podem se opor.
Uma das autoridades disse que os direitos da Rússia estão sendo examinados devido a preocupações de que ela possa usar o FMI para evitar sanções impostas ao banco central russo.
“Os Estados Unidos também estão investigando isso. Mas… China, Índia e outros podem ser um problema”, disse o primeiro funcionário.
Parlamentares republicanos dos EUA também pediram à secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que impeça a Rússia de trocar os US$ 17 bilhões em reservas do FMI que recebeu no ano passado.
Eles disseram que a alocação de US$ 650 bilhões em Direitos Especiais de Saque para membros do FMI havia prejudicado as sanções anteriores à Rússia.
(Esta história é rearquivada para adicionar a palavra faltante ‘bancos’ no parágrafo 9)
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