UMA safra brasileira de 2022/2023 pode ser diretamente impactado pelos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que a guerra entre os países do leste europeu coloca em a provisão russa de fertilizantes riscos nos próximos meses, já se verificou uma vez que foi aplicada na região.
Por conta dessa incerteza, a produtividade dos grãos que serão plantados no segundo semestre do ano pode ser diminuída. No ano passado, 23% dos insumos químicos usados em território nacional de origem russa.
O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, explica que a atual não deve sofrer consequências por conta dos desdobramentos geopolíticos, mas o potencial da seguinte pode ser prejudicado.
“O fertilizante é o alimento da planta. Se você não a quantidade correta, ela vai se desenvolver aquém do que poderia”, destaca.
Também conhecida como safra de verão ou primeira safra, a safra de 22/23 corresponde a produtos que começam a ser plantados em setembro e são entre fevereiro e março do ano seguinte.
Os principais produtos desse período são o milho e soja. Também costumam ser feitas plantações de arroz, algodão e feijão.
“Para essa safra, os produtores geralmente começam a comprar fertilizantes no primeiro trimestre do ano. Este ano foi diferente. Com a expectativa dos preços cairem a partir do segundo trimestre, ou seja, a partir de abril, muitos produtores não compraram ainda”, afirma.
Lucchi chama a atenção para as possíveis consequências da guerra.
“Há uma situação muito grande com esses produtos compraram, porque agora não temos certamente um cenário de como vai se desenhar o preço desses produtos e, principalmente, a entrega”, afirma.
Para o diretor, uma dessas táticas é ampliar o abastecimento de fertilizantes para o Brasil por novas fontes. “A Rússia está entre os principais fornecedores, mas há outros países. O Canadá, por exemplo, é um importante vendedor”, avalia.
Um aumento na procura global, no entanto, pode tornar-se um empecilho ao Brasil. “Isso outros países que compram da Rússia vão estar atrás de alternativas para porque esses produtos também”, complementa.
O Instituto Brasileiro de Geração (IBRAM) está com as atenções aplicadas também para a situação dos fertilizantes.
O diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios, Julio Cesar Nery Ferreira, explica o peso econômico desses produtos.
“Essa questão dos fertilizantes é um assunto para o Brasil, devido ao agronegócio, um pontos mais importantes para a balança dos pagamentos”, afirma.
Ferreira conta que as circunstâncias como esse reforçam a necessidade de desenvolvimento de uma fabricação nacional junto ao setor produtivo, a fim de diminuir a dependência de materiais importados.
“Já existe um grupo trabalhando, há um tempo, em conjunto de assuntos Secretariado estratégicos do governo federal, há um plano nacional de fertilizantes. O nosso grande objetivo é tentar condições para que a gente possa ampliar o número de minas em produção de fertilizantes”, conclui.
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