Depois de altos e baixos, chegamos no final do segundo ano de “Euforia”. E após a perfeição que foi o episódio anterior, a expectativa para esse oitavo episódio estava nas alturas. Pois bem, a queda foi sentida, mas não tão dolorosa assim.
Com tudo em caminho aberto até então, com tudo aberto para Sam Levinson dar um sentido de conclusão para diversas tramas e personagens. Em certos momentos, a série pareceria mais estar se despedindo de vez em público, do que somente um “até logo” até a temporada.
Entretanto, tanto Rue como Cassie teve seus arcos fechados. A primeira finalmente começou a trilhar um caminho de redenção. Se antes ela queimava pontes, agora ela começa lentamente a reconstruí-las com aqueles ao seu entorno. A peça de Lexi, além de ser um espelho da vivência dos personagens, conseguiu externamente alguns sentimentos e ponderações que Rue, mas que ainda não tinha processado.
Se por um lado, é algo que consola os fãs, por outra temporada abre uma incógnita sobre o que será tratado na linha narrativa do personagem na próxima. Sim, alguns pontos ficaram em aberto, como a dívida gigantesca com Laurie, mas essa fase de sobriedade do personagem vai novamente dar espaço a mais uma recaída? Será que Rue cairá num ciclo constante de vícios e recuperação enquanto a série durar?
Cassie por outro ganhou uma folha em branco. Como Maddy bem externa, agora é só o começo de uma nova fase para personagem (mas também só pode ser uma indicação de uma nova rodada de assédios de Nate). Talvez a mais descaracterizada em relação à temporada anterior (nem vou falar de Kat, porque não tem como explicar), Cassie vai novamente entrar em um ciclo de dependência com algum outro rapaz, até mesmo uma reaproximação com McKay (que só fez aquela ponta) na estreia)? Ainda que Sydney Sweeney Tenha um show de atuação, qualquer que seja o desafio feito na frente dela, seria totalmente totalmente monitorado para acompanhar mais uma vez como personagem autodestruição em prol de outro.
Falando em destruição, Nate mino todas as chances de recuperação do pai ao publicar os casos que ele manteve com os jovens da cidade para a polícia. Foi de certa maneira uma redenção para o personagem, mas enquanto Rue perdoou aqueles que de certa maneira na verdade lhe ajudam, para Nate o perdão não deveria ser o caminho final. Ele precisa pagar pelos seus erros. Eles não foram poucos. Só me preocupa se isso vai atingir Jules e como.
E se Criolo já dizia que não existe amor em SP, com certeza a frase se adequa a “Euphoria”. Desde os toques teatrais do episódio passado (esse ganhou contornos de reality show dos mais barraqueiros), ficou claro que Lexi e Fezco não terminariam juntos. A grande questão era se o personagem morreria ou não. Eis que quem a vítima foi Ashtray, que emulando o cavalheirismo “errado do irmão mais velho, acabou” como coisas ainda piores. Mas também não seria uma finale da série sem Fezco dele com alguma morte que não foi culpa. É, ainda que gostemos dos personagens, suas ações têm uma consequência, não aquilo que uma delas seria aquele que acontece. Quanto a Jules e Rue, foi somente quando não terminarem juntas, as duas dificuldades tornaram-se uma relação em algo tóxico e talvez ela não sobrevivesse para dele.
De resto ficou uma sensação de que a série se perdeu nesse segundo ano. Pode ter sido uma emulação da própria jornada de perda de Rue, do neon dando lugar ao sépia, da euforia dando lugar ao desespero. Mas junto com isso os personagens também se movimentam, como narrativas não andaram que se estranham. há, no entanto, espaço para ainda recuperar. Resta aguardar o que uma próxima temporada. E se tratando de “Euforia” tudo é possível.
Dose 1: Obrigado quem gostou de minhas críticas de mais uma temporada da série. Nos vemos na próxima temporada!
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