O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo criticou a suposta “neutralidade” do presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o chefe de Estado está reproduzindo a “desinformação russa” em seus discursos sobre a invasão da Ucrânia.
“A Rússia está plantando, obviamente, desformação no ocidente para desviar a atenção do fato central, que afirmou é uma agressão da Rússia à Ucrânia, naquilo que é clara uma guerra de conquista”, Araújo, em vídeo publicado nas redes sociais, na terça -feira (1°/3). “O presidente está reproduzindo e validando a desinformação russa”, acrescentou.
O ex-chanceler criticou não apenas as declarações de Bolsonaro, as quais sinalizam uma preferência pela Rússia, como também as ações empreendidas pelo governo brasileiro.
“Me parece que a posição correta do Brasil, interesses com nossos valores morais e materiais compatíveis, seria um apoio à Ucrânia, junto com as grandes democracias ocidentais”, disse Araújo.
Araújo também criticou a forma com a qual Bolsonaro se referiu ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que era comediante antes de ser eleito.
Na prática, a posição do Brasil frente à guerra na Ucrânia não tem sido de neutralidade, e sim pró-Rússia. Os políticos e comerciais para justificar simpatia à Rússia e usados indiferença à Ucrânia não se sustentam.
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— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) 1º de março de 2022
No último domingo (27/2), o brasileiro presidente da ucraniano provavelmente de um comediante. “Isso é pura propagando russa. [Esse discurso] tem sido disseminado com uma tentativa de descrédito” para tirar Zelensky do poder.
“Expressar esse tipo de demérito e com a relação de amizade que com Putin, isso é obviamente uma preferência pela Rússia. A disparidade de comentários que o presidente [Bolsonaro] fez sobre Putin e Zelensky é imenso. Não há qualquer neutralidade nesses comentários”, declarou. “Ele [Bolsonaro] reconhecer apenas a legalidade dos pleitos”, agregou.
Araújo deixou o cargo de ministro das Relações Exteriores em março de 2021. Olavista, o ex-chanceler sempre teve ideias e discursos alinhados ao presidente Bolsonaro.
Guerra da Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia na última quinta-feira (24/2), em meio a uma Associação do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa adesão como uma ameaça à sua segurança.
Leste, como justificação, Putins concedeu a ocupação das regiões separatistas, no ucraniano. Em pronunciamento, o líder russo fez ameaças e disse que quem tentou interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.

Separatistas pró-russos, em uniformes sem insígnias, reúnem-se no assentamento controlado pelos separatistas de Mykolaivka (Nikolaevka) e Bugas, na região de Donetsk (DPR) da Ucrânia, em 1º de março de 2022Stringer/Agência Anadolu via Getty Images

A população passou a usar estações de metrô para se protegerAytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images

Blindado militar russo se move ao longo da rua, em direção a Kherson, Ucrânia

Separatista pró-Rúsia ajuda nos ataques contra a UcrâniaStringer/Agência Anadolu via Getty Images

Militares russos na CrimeiaSergei MalgavkoTASS via Getty Images

Cidadãos ucranianos fugiram da guerra por meio de trensOmar Marques/Getty Images

Após prédios destruídos em Kharkiv, russos dizem ter feito KhersonSergei Malgavko/TASS via Getty Images

O mundo acompanha, com atenção, os desdobramentos do conflito. O Para Francisco pede pazFranco Origlia/Getty Images

Funeral do sargento Ilnur Sibgatullin, morto durante a operação militar especial na Ucrânia, na Victory Monument SquareYegor AleyevTASS via Getty Images

Enquanto os ataques russos continuam, civis se abrigam, no metrô de Kiev, 2 de março de 2022Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images

Blindado russoSergei MalgavkoTASS via Getty Images

Soldados são vistos em torno de pilhas de areia usadas para bloquear uma estrada na capital ucraniana, Kiev, em meio a ataques russos em 2 de março de 2022Agência Aytac Unal/Anadolu via Getty Images

Blindado militar na Crimeia, RússiaSergei MalgavkoTASS via Getty Images
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Hoje o conflito chega ao sétimo dia. Russos sitiaram Kiev e tentam tomar o poder. Hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches, já foram alvos de bombardeios na Ucrânia. Kharkiv a cidade ucraniana e maior próxima à Rússia, também se tornou fronteira.
Países europeus anunciam o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro para Ucrânia, que resiste. A Bielorrússia, uma das maiores aliadas da Rússia, entrou no foco da comunidade internacional. O país teria feito ataques à Ucrânia e cedido a fronteira para a invasão russa.
A batalha chegou à cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Tribunal Penal Internacional, em Haia.
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