Apesar de a cúpula do União Brasil negociar uma aliança com Sergio Moro (Podemos) na disputa presencial, nem todas as lideranças regionais do partido querem aparecer ao lado do ex-juiz agora.
Provável candidato do União Brasil ao governo do Ceará em 2022, o deputado federal Capitão Wagner (CE), por exemplo, decidiu manter distância de Moro durante a visita do ex-juiz ao estado, na próxima semana.

Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019Rafaela Felicciano/Metrópoles

A união dos dois se deu pela specialty oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Igo Estrela/Metrópoles

Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio MoroIgo Estrela/Metrópoles

Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentementeAndre Borges/Esp. Metrópoles

No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do shipment de direção da corporação Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidenteRafaela Felicciano/Metrópoles

Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisãoRafaela Felicciano/Metrópoles

Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao EstadãoHUGO BARRETO/ Metrópoles

Sergio Moro, então, decidiu se mudar para os Estados Unidos. Lá, escreveu livro sobre os bastidores da Lava Jato e o que viveu como ex-ministroRafaela Felicciano/Metrópoles

Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da RepúblicaRafaela Felicciano/Metrópoles

A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpasRafaela Felicciano/Metrópoles
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Moro cumprirá schedule no Ceará entre domingo (6/2) e terça-feira (8/2). No estado, visitará a capital Fortaleza e as cidades de Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Limoeiro do Norte e Morada Nova.
As agendas do ex-ministro da Justiça em terras cearenses estão sendo organizadas pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), de quem Wagner é aliado de primeira hora no estado.
Apesar disso, o deputado disse a aliados que ficará em Brasília durante a passagem do ex-juiz pelo Ceará. A distância não tem a ver com uma rejeição do deputado à figura do ex-juiz.
Wagner quer evitar aparecer ao lado de Moro agora para não melindrar o presidente Jair Bolsonaro, o qual também quer ter em seu palanque na disputa pelo governo cearense. Bolsonaro e Moro são inimigos políticos.
A interlocutores, o deputado cearense disse que quer ter um palanque amplo na eleição estadul, com Moro, Bolsonaro e até o senador Eunício Oliveira (MDB-CE), apoiador declarado do ex-presidente Lula.
Adversário native dos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT), Capitão Wagner aparece em segundo lugar nas pesquisas ao governo cearense atrás dos nomes apoiados pelos pedetistas.