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Goiânia – Já solto e tentando compreender o que ocorreu consigo na quinta-feira (27/1), após ser preso por negar atendimento prioritário a um delegado em Cavalcante (GO), na Chapada dos Veadeiros, o médico Fábio Marlon Martins França, de 33 anos, diz que foi detido, unicamente, “por não atender ao capricho” do paciente.
Em entrevista ao Metrópoles, ele explicou que o delegado, diagnosticado com Covid-19, não se encontrava em estado grave. Nesse sentido, ele seria atendido, normalmente, após o cumprimento dos procedimentos e da fila de emergência no posto de saúde da cidade.
O delegado Alex Rodrigues, no entanto, não satisfeito com a negativa do médico, voltou ao native horas depois e deu voz de prisão ao profissional, alegando crimes como exercício ilegal da medicina, desacato, desobediência, resistência, ameaça e lesão corporal.

Médico Fábio França, que foi preso pela PCGO por negar atendimento antecipado a delegado com CovidReprodução/redes sociais

Momento da prisão do médico no posto de saúde de Cavalcante (GO), na Chapada dos VeadeirosReprodução

Médico se formou em medicina em 2015 e atua em Cavalcante (GO), pelo Mais Médicos, desde 2016Reprodução

População de Cavalcante se revoltou com a prisão do médico e exigiu a soltura deleReprodução

Médico está isolado da família, por causa do contato que teve com o delegado diagnosticado com Covid-19Reprodução
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Em nota, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) informou que a prisão ocorreu porque Fábio não teria registro junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). A situação, porém, foi rapidamente esclarecida. Ele atua por meio do programa federal Mais Médicos, que não exige o registro profissional para o exercício da medicina em postos de saúde.
Apesar disso, Fábio foi preso em flagrante e algemado de maneira truculenta pelo delegado, que, mesmo diagnosticado com Covid-19, estava sem máscara no momento da prisão, segundo o médico. Ele passou a noite detido e foi solto após audiência de custódia ocorrida no dia seguinte, na qual o juiz Fernando Oliveira Samuel entendeu que houve abuso de autoridade por parte do delegado.
“Ele queria me prender ilegalmente. Eles me bateram, me submeteram a prisão ilegal, qualquer iniciativa minha foi reflexa, uma legítima defesa, e qualquer um faria o mesmo na minha posição”, diz Fábio.
Veja a fala de Fábio no dia da soltura:
Covid: isolado por causa do contato com o delegado
Desde sexta-feira (28/1), após ser solto, Fábio está isolado da esposa e do filho, de apenas 6 meses de vida, em um resort da cidade. Em decorrência do contato que teve com o delegado sem máscara, o médico decidiu se isolar para não colocar a família em risco.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Cavalcante, ele deverá passar por um exame nesta terça-feira (1º/2). “É doloroso ter sido preso e agora isolado da família, principalmente, longe do meu filho, de apenas 6 meses de idade, e da minha esposa, que precisam de mim”, lamenta ele.
Tanto a prefeitura quanto o médico pretendem entrar com ações na Justiça contra o delegado Alex Rodrigues. O jurídico da administração native já está avaliando quais medidas tomar.
“O caminho não é a omissão. Isso só permitirá que casos como este perdurem e sejam aceitos pelos órgãos. O processo será por abuso e já estamos peticionando para a corregedoria e para o MP”, conta Fábio.
Médico diz ter medo, mas voltará à ativa
A maneira como tudo ocorreu e o que ele ouviu entre a quinta e sexta-feira, quando foi solto, geraram algumas consequências e sentimentos de medo e intranquilidade no médico.
O Metrópoles perguntou se ele foi alvo de alguma ameaça. Fábio não entrou em detalhes e disse que, “por receio”, prefere aguardar o ultimate das investigações.
“Angústia e medo resumem bem a situação. Fui orientado a não falar muito, pois estamos ainda reunindo os elementos. O que posso dizer é que a tristeza tomou conta de mim. Não me sinto tranquilo, mas estou me preparando para voltar a atender as pessoas que precisam de mim em Cavalcante”, expõe.
Ele atua na cidade desde 2016 e se formou em medicina em 2015. Na noite em que esteve preso, Fábio chegou a pensar em deixar o município, por vergonha e pelo medo de sofrer alguma retaliação. A maneira como a população se mobilizou e se colocou ao lado dele, no entanto, fizeram ele repensar e decidir ficar.
Corregedoria da PCGO investiga o caso
A Delegacia-Geral de Polícia Civil informou ter determinado o acompanhamento do caso pela Gerência de Correições e Disciplina. Acrescentou, ainda, que a Corregedoria da Polícia Civil de Goiás acompanhará o caso em toda a sua extensão.
“A PCGO reafirma seu compromisso com os cidadãos, colocando-se sempre no mesmo nível que os demais goianos e nunca corroborando com atitudes de abuso de autoridade”, explica a nota.
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