Após 30 anos de busca, filho reencontra mãe biológica em videochamada

Rio de Janeiro – Lágrimas e sorrisos marcaram o reencontro digital entre mãe e filho após 30 anos. De sua casa no Rio, a doméstica Maria Liete Lopes, 57 anos, em videoconferência, pôde mandar o primeiro abraço para o rebento Giovanni Barone, 31.

Ao Metrópoles, ela contou que generation muito pobre à época e não tinha condição de cuidar do filho. “Trabalhava em uma casa em Minas Gerais onde a patroa não aceitava o meu filho. Não tinha casa, minha filha morava com a minha mãe. Entreguei meu filho para adoção com 5 dias de vida. Dói muito. Quero o perdão dele”, revelou Maria, que trabalha como doméstica em uma casa na zona norte do Rio.

Giovanni Barone com os pais adotivos

Giovanni Barone, com os pais adotivos, Antonio e Concetta, ainda criançaArquivo pessoal

Giovanni sendo levado pela mãe adotiva Concetta há dois anos para casar

Giovanni sendo levado pela mãe adotiva Concetta há dois anos para casarArquivo pessoal

Giovanni Barone levado para Itália criança reencontra mãe adotiva no Brasil em encontro digital

Giovanni Barone levado para Itália criança reencontra mãe adotiva no Brasil em encontro digitalArquivo pessoal

Carlas dos Santos, brasileira que mora na Itália, ajudou Giovanni a encontrar família no Brasil

Carlas dos Santos, brasileira que mora na Itália, ajudou Giovanni a encontrar família no BrasilArquivo pessoal

Maria Liete, mãe, e Patrícia, irmã de Giovanni

Maria Liete, mãe, e Patrícia, irmã de Giovanni

Maria Liete, mãe de Giovanni, entregue para pais adotivos na Itália

Maria Liete, mãe biológica de Giovanni entregue para pais adotivos na ItáliaArquivo pessoal

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Mas para Giovanni, o reencontro representou a realização de um sonho. “No momento em que nos olhamos nos olhos não há necessidade de perdão. Realizei um sonho”, afirmou ele, que não fala português. Pai de uma menina de 1 ano, Giovanni diz que assim que puder quer conhecer a mãe, a irmã e os três sobrinhos no Brasil.

Na Itália, ele trabalha como segurança. Casou há pouco mais de dois anos e lamenta o falecimento do pai, Antonio, há alguns anos.

A videoconferência contou ainda com a participação da irmã de Giovanni, Patrícia, que mora em Minas Gerais, da mãe adotiva Concetta e a amiga Carla, que mora em Napoli que ajudou como intérprete, além de um engenheiro de tool, no Brasil, chamado pelo grupo de “hacker do bem”, responsável por localizar a família brasileira.

“Hacker do bem”

Há 18 anos, amiga de Giovanni, a brasileira Carla dos Santos, de 42 anos, que mora em Napoli, tenta ajudá-lo a encontrar a família que mora no Brasil.

Na segunda-feira (3/1), ela fez um comentário no Fb sobre uma reportagem que contava a história de Isabella dos Santos. Sequestrada quando generation bebê em São Paulo e vendida no mercado de adoções ilegais para uma família francesa, a jovem realizou o sonho de encontrar sua família biológica. A mãe fora assassinada, mas Isabella reencontrou a irmã.

“Foi Deus quem colocou esse ‘hacker do bem’ no meu caminho. Passei as informações do Giovanni, tudo que tínhamos, e no dia seguinte já estávamos no encontro emocionante de mãe e filho em uma reunião digital. A mãe adotiva agradeceu à mãe biológica por ter dado o Giovanni, como um presente”, revelou Carla.

O encontro ocorreu na tarde de terça-feira (4/1) no Brasil e início da noite na Itália.

Procurado pelo Metrópoles, o engenheiro de tool, que trabalha com segurança cibernética, pediu para não ser identificado. Ele disse, sem dar muitos detalhes, que usou técnicas de buscas de dados para localizar a mãe e irmã de Giovanni.

“Tem muita gente que trabalha com proteção de dados para ajudar as pessoas, sou o ‘hacker do bem’. Com poucas informações, usei a tecnologia e a busca de dados cibernéticos para encontrar os parentes biológicos de Giovanni e bingo!”, comemorou.

Busca pelo irmão

Moradora da cidade de Teófilo Otoni, inner de Minas Gerais, a dona de casa Patrícia Lopes Coelho, de 35 anos, revelou que “rezava todos os dias para encontrar meu irmão”. Mãe de três filhos, ela contou ainda que o encontro digital foi de “arrepiar”.

“Meu corpo ficou todo arrepiado. Foi a maior felicidade. Sempre falava com a minha mãe que tínhamos que tentar encontrá-lo. Technology muita pequena quando ele foi embora, não lembro de nada.  Agora, só penso em quando vamos poder nos abraçar pessoalmente. Só não tenho coragem de viajar de avião”, confessou Patrícia.