Reações graves na vacinação de crianças de 5 a 11 anos são raríssimos, afirma o Centro de Controle de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos. Nesta quinta-feira (30/12), o órgão publicou relatório no qual examina dados sobre a imunização do grupo que vem recebendo a vacina Pfizer/BioNTech.
O levantamento analisou dados de 42 mil crianças vacinadas e mostrou que os efeitos mais comuns incluíam dor no native da injeção, fadiga e dor de cabeça. Este grupo etário recebe uma dose menor de vacina (10 μ g) do que a recomendada para pessoas com mais de 12 anos (30 μ g).
Ao todo, nos Estados Unidos, foram recebidos 4.249 comunicados de efeitos adversos entre 3 de novembro e 19 de dezembro de 2021. Segundo o relatório do CDC, aproximadamente 97% das crianças não tiveram reações graves.

A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnatybaona/Getty Photographs

A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anosIgo Estrela/ Metrópoles

Apesar da autorização, o início da vacinação de crianças no Brasil depende da presteza do Ministério da Saúde, uma vez que a pasta é responsável por incluir o público no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e adquirir doses especiaisAline Massuca/Metrópoles

Desde o início da pandemia, 301 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no BrasilER Productions Restricted/ Getty Photographs

Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizaçõesGetty Photographs

De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenosVinícius Schmidt/Metrópoles

Contudo, o posicionamento da Anvisa tem causado embate no país. Desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a agência reguladora vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de seus apoiadores e de grupos antivacinaHUGO BARRETO/ Metrópoles

Contrariando a decisão da agência, o Ministério da Saúde anunciou a abertura de consulta pública para discutir a aplicação da vacina em crianças. Contribuições devem ser feitas online até 2 de janeiro pelo web page https://www.gov.br/saude/pt-br Igo Estrela/ Metrópoles

Frente a esse cenário, as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Infectologia (SBI) e Pediatria (SBP) manifestaram-se favoráveis à autorização por entenderem que a imunização é a solução para garantir a saúde das criançasDivulgação/ Saúde Goiânia

Vacinação é essencial para conter o avanço da Covid-19Hugo Barreto/ Metrópoles

Aline Massuca/ Metrópoles

Segundo dados da Pfizer, aproximadamente 7% das crianças que tomaram dose do imunizante apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% delas esses eventos adversos tinham relação com a vacina. Nenhum deles foi graveIgo Estrela/ Metrópoles

Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina, Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em criançasGetty Photographs

Nos Estados Unidos, cerca de 5 milhões de doses já foram administradas no público de 5 a 11 anosbaona/Getty Photographs

Em 23 de dezembro, o Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos será liberada a partir do dia 10 de janeiro. No entanto, será necessária a apresentação de prescrição médica para a imunização Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Aproximadamente 5,1% dos pais relataram que o filho não conseguiu realizar as atividades normais do dia a dia após o recebimento da primeira dose e 7,4% após o recebimento da segunda.
De acordo com o CDC, apenas 100 crianças tiveram efeitos que podem ser descritos como graves, sendo que febre (29%) e vômitos (21%) foram os mais comuns. Foram relatados 15 casos em que o órgão de controle investigou a possibilidade de miocardite (inflamação no coração) e, entre estes, 11 foram confirmados. Desse número, sete se recuperaram e quatro estavam se recuperando no momento do relatório
O sistema do CDC recebeu dois relatos de óbito durante o período analítico e ambos estão sob revisão. Essas mortes ocorreram em duas meninas, com 5 e 6 anos, que tinham histórico médico complicado e saúde frágil antes da vacinação. “Nenhum dos dados sugeriu uma associação causal entre morte e vacinação”, afirmou o órgão.